Episódio III – EM JESUS CRISTO, SEU ÚNICO FILHO
INTRODUÇÃO:
O genuíno evangelho é cristocêntrico, pois tudo no cristianismo é baseado na existência não criada dAquele que criou todas as coisas. Colocar em questão a Deidade do Filho é minar o fundamento sobre o qual toda bênção para o homem está baseada. Não importam, ou de nada valem os elaborados sistemas religiosos que os seres humanos possam construir, ou o quanto possam professar e honrar o nome de Cristo, se não estiverem edificados sobre este fundamento: Jesus Cristo é de mesma “Substância, Poder e Autoridade” que o Deus – Pai e o Deus – Espírito Santo, ou seja, que Jesus é Deus!
Creio que em várias partes das Escrituras encontramos este fundamento, porém o Evangelho de João abre com a sublime afirmação “no princípio era o Verbo [Palavra]”. Todas as coisas criadas, e todos os seres criados no universo tiveram um princípio, mas a Palavra estava no princípio. No princípio de todas as coisas a Palavra estava lá, sem nenhum começo. “No princípio era a Palavra” é a afirmação formal da existência eterna da Palavra, e esta Palavra, Verbo, é Jesus Cristo nosso Senhor. Jesus não apenas existe, mas Ele É!
1.1. Essa é a pergunta de 1.000.000,00 de dólares feita por Salomão no ato da consagração do Templo de Israel (I Rs 8:27): “De fato, habitaria Deus na terra?“ O mundo é movido por perguntas; assim, temos uma ótima pergunta, pois cremos em: Deus- Pai, Todo – Poderoso, Criador dos Céus e da Terra e em Jesus Cristo, seu Unigênito Filho; nosso Senhor; o qual foi concebido por obra do Espírito Santo (Lc 1:35); nasceu da virgem Maria (Lc 1:28-33) (…)
1.2. A Glória de Deus havia habitado no Tabernáculo (Ex 40:34) e no Templo (I Rs 8:10-11), mas essa Glória fora embora do meio do povo desobediente de Israel (Ez 9:3; 10:4,18; 11:22-23).
1.3. Então, algo glorioso aconteceu: a Glória de Deus voltou a habitar com o seu povo, na pessoa de Jesus Cristo. Os autores dos evangelhos apresentam apenas alguns episódios da vida de Jesus na terra, pois seria impossível redigir uma biografia completa do Filho de Deus. “E há ainda também muitas outras coisas que Jesus fez, as quais, se cada uma fosse escrita, eu suponho que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que seriam escritos. Amém”. (Jo 21:25)
1.4. Mateus escreveu especialmente aos seus compatriotas judeus e enfatizou que Jesus havia cumprido as profecias do Antigo Testamento. Marcos escreveu aos Romanos. Enquanto Mateus enfatizou o caráter de Rei, Marcos apresentou o Servo, ministrando ao povo necessitado. Lucas escreveu seu Evangelho aos gregos e lhes apresentou o Filho do Homem, o Salvador Compassivo. Coube a João escrever um livro para judeus e para gentios, apresentando Jesus como Filho de Deus.
1.5. Os Evangelhos Sinópticos, semelhantes, são Mateus, Marcos e Lucas que narram os acontecimentos da vida de Jesus.
2. O EVANGELHO DA ÁGUIA
2.1. Ezequiel 1:10 anuncia a tipologia dos quatro evangelhos: Cara de Homem (Lucas) , Leão (Mateus) , Boi (Marcos) e Aguia (João).
2.2. Quando chegamos ao Evangelho de João, é como se entrássemos em uma casa grande e imponente. Este evangelho abriga sentidos misteriosos e profundos.
2.3. João enfatiza não apenas as narrativas, mas sim o significado das mesmas. Ele registra os sete nomes ou títulos do Cristo: 1. O Verbo (Jo 1:3,14); 2. A Luz (Jo 1:4-13); 3. O Filho de Deus (Jo 1:15-28,49); 4. O Cordeiro de Deus (Jo 1:29-34); 5. O Messias (Jo 1:35_42); 6. O Rei de Israel (Jo 1:43-49) e 7. O Filho do Homem (Jo 1:50-51).
2.4. Logo na entrada desta “casa imponente” fala sobre o mistério da “Palavra”, pois em Gênesis 1:1-31 contemplamos a criação dos céus e da terra. A teologia chama «Encarnação» ao mistério da admirável união da natureza divina e da natureza humana na única Pessoa Divina do Verbo. Para realizar a nossa salvação, o Filho de Deus fez-se «carne» (Jo 1,14), tornando-se verdadeiramente homem. A fé na Encarnação é o sinal distintivo da fé cristã.
2.5. “E vimos a sua Glória a Glória do Unigênito do Pai …”(Jo 1:14c) Aqui revela-se a Deidade do Cristo da fé. A palavra unigênito foi utilizada para traduzir o termo grego monogenes, empregado em diversas passagens bíblicas. Esse termo, quando traduzido para o latim através da palavra unigenitus, gerou algumas confusões na interpretação de seu significado.
3. EU SOU SE REVELA PARA NOS LEVAR PARA A CASA DO PAI
3.1. Jo 14:1-6 – O termo Pai é utilizado 44 vezes em João do 13 ao capítulo 17. O Filho de Deus, Jesus – o EU SOU afirma que o céu é a Casa do Pai. É um Lar para os Filhos de Deus. Lá em Êxodo 3:2, 13-14, a sarça queima e não consume – uma chama de fogo, e a sarça do deserto – é emblema da deidade de Cristo. O grande EU SOU é o Deus que se revela a Moisés para tirar os “sem casa” e levá-los para a promessa: Terra Prometida, lar para o povo de Deus.
3.2. O Grande EU SOU tem para nós lugar de abrigo: lar. Lar é o local em que somos bem tratados, porém o lugar em que mais reclamamos. Aqui é sua Casa Espiritual, porém o Senhor está nos preparando o Céu, Casa do Pai, para cada um dos filhos/as de Deus.
3.3. Ao longo de todo o Evangelho de João – poderemos ver Jesus Cristo como o Filho de Deus e, se nos entregarmos a Ele, receberemos dEle a vida eterna (Jo 20:31).
CONCLUSÃO
1. Deus, de fato, habitaria nesta terra? E o Verbo se fez Carne e tabernáculos entre nós, cheio de Graça e de Verdade e vimos a sua Glória a Glória do Unigênito do Pai. (Jo 1:14);
2. O Evangelho de João, é o evangelho da Águia, pois existe a interpretação das narrativas de Mateus, Marcos e Lucas;
3. O Grande Eu Sou foi para nos preparar um lugar junto ao Pai. Você tem um Pai e um Lar, lugar de morada tanto aqui como na Nova Jerusalém (Jo 14:2-3).
Para pensar:
1. A sua fé é fundamentada em Cristo?
2. Como você vê e interpreta o evangelho de João?
3. O que você entende por: “E quando eu for, vou vos preparar um lugar… (Jo 14:3)?