Episódio IV – PADECEU SOB O PODER DE PÔNCIO PILATOS, FOI MORTO E SEPULTADO
INTRODUÇÃO:
Mc 15:1-15
Na sexta-feira pela manhã, Jesus foi amarrado às 7h e retirado do Palácio do Sumo Sacerdote. Os líderes religiosos que compunham o Sinédrio o julgaram culpado de blasfêmia e o condenaram à pena de morte. Como não tinham autoridade para executá-lo (a pena capital era prerrogativa dos romanos), conversaram e decidiram levá-lo ao governador romano, Pôncio Pilatos. A acusação de blasfêmia não significava nada para Pilatos, mas entendiam que se Jesus afirmasse ser Messias, estava colocando-se como Ungido, consequentemente como Rei e sendo assim, Senhor, Governador da nação. Os romanos lutavam contra toda forma de insurreição. Eles não toleravam pessoas insurgentes; essas pessoas eram invariavelmente torturadas e crucificadas.
Quando o sol nasceu em Jerusalém, Cristo foi levado pelas ruas até a Fortaleza de Antônia, cerca de 400 metros de onde estavam. Ali estava Pilatos, o governador. João 19:13 diz que o nome daquele lugar de julgamento era Pavimento de Pedra – Lithostrotos. O Salmo 118:22 nos afirma: “A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular”. A Pedra estava sendo rejeitada no Pavimento de Pedra, pelos líderes judeus.
1.1. É claro que as autoridades romanas bem sabiam que Jesus não se rebelava contra Roma; a autoridade ameaçada em questão era a liderança religiosa de então. As acusações mentirosas eram realizadas pelos religiosos de plantão apenas para condenar Jesus à pena capital.
1.2. Você é o Rei dos Judeus (Mc 15:2)? Resposta curta e enigmática: “Tu o dizes”(Mc 15:2b). Dentro da perspectiva de Mateus, Marcos e Lucas, Jesus não disse mais nada e, assim, Pilatos deve ter ficado cismado. Hora nenhuma Jesus tentou fugir da pena de morte.
1.3. Tenho certeza de que Jesus bem sabia o que viria pela frente, pois havia orado: “Pai (…) afasta de mim este cálice; contudo, não seja feito o que eu quero, mas sim o que tu queres” (Mc 14:36).
1.4. Isaías 53:4-7 fala a respeito do servo sofredor. A Igreja primitiva veria um retrato perfeito do texto do profeta Isaías.
2. O ALTO PREÇO DA GRAÇA
2.1. Barrabás é um personagem intrigante por seu papel na morte de Jesus. Em Barrabás, temos um insurgente que liderou revolta contra os romanos; alguém que, sem sombra de dúvidas, assassinou colaboradores dos romanos, cidadãos romanos; roubava dos romanos para financiar sua causa revolucionária.
2.2. Durante a Páscoa havia sempre um ato alusivo à liberdade coletiva ocorrida com os judeus da escravidão do Egito. Pilatos, o governador, soltava um prisioneiro.Esse gesto politico astucioso de misericórdia era um ato que gerava paz entre os judeus.Nessa ocasião, Pilatos tinha dois prisioneiros a sua frente: Jesus de Nazaré e Barrabás. Ambos eram acusados de liderar rebeliões.
2.3. Pilatos de forma politica pergunta: “qual dos dois vocês querem que eu solte?”(Mt 27:21). No meu coração, creio que ele pensava que o povo escolheria Jesus, mas o povo preferiu Barrabás.
2.4. Barrabás representa a nossa sede de vingança, a revolta de nossa alma frente a situações de nosso cotidiano.
2.5. Barrabás seria o primeiro pecador por quem Jesus morreu. Esse é o pequeno retrato da obra substitutiva da expiação realizada por Jesus, pois nós, assim como Barrabás, fomos poupados, enquanto Jesus sofreu o castigo que merecíamos.
3. HUMILHAÇÃO
3.1.Jesus não implorou por misericórdia, não reagiu em momento algum como se esperava de alguém que estava sendo chicoteado e isso, é claro, enfureceu mais e mais os soldados romanos.
3.2. Não se contentando em rasgar sua carne, decidiram desumanizá-lo, esmagando sua alma. Cerca de 300 a 600 soldados estavam naquele lugar de tortura.
3.3. Mateus conta que os soldados despiram Jesus, deixando-o exposto, vulnerável e coroaram Jesus com uma coroa de espinhos. A coroa era totalmente de espinhos que penetraram na carne de Jesus. “Salve o Rei dos Judeus!” (Mt 27:29; Mc 15:18; Jo 19:3).
3.4. O Sinédrio exigiu a morte de Jesus; a multidão gritou pedindo que ele fosse crucificado; Pôncio Pilatos condenou-o só para satisfazer a multidão, e os soldados romanos se divertiram em arrancar-lhe a carne dos ossos, cuspir em seu rosto e humilhá-lo.
3.5. Jesus morreu na sexta-feira por volta das 15h. O sábado judeu começaria três horas depois, com o pôr do sol; e o sábado da Páscoa era muito importante. As autoridades judaicas não queriam que o corpo dos crucificados continuasse pendurados na cruz; então, pediram que Pilatos mandasse quebrar as pernas dos condenados, apressando-lhes a morte. Os soldados fizeram isso com os ladrões, mas, quando chegaram a Jesus, descobriram que ele já estava morto.
4. FORA SEPULTADO
4.1. Os discípulos haviam sumido, mas todos os quatro Evangelhos relatam que um de seus seguidores, José de Arimatéia, foi corajoso o bastante para pedir que Pilatos lhe desse autorização para sepultar Jesus, no que foi atendido.
4.2. Marcos afirma que José era “membro de destaque do Sinédrio”(Mc 15:43), ou seja, ele era “rico” e “discípulo de Jesus”(Mt 27:57). Lucas descreve: “membro do Conselho, homem bom e justo, que não tinha consentido na decisão e no procedimento dos outros (Lc 23:50-51). João diz que José era: “discípulo de Jesus, mas o era secretamente, porque tinha medo dos judeus” (Jo 19:38).
4.3. Parece que o medo de José desapareceu com a morte de Jesus, e ele se apressou a preparar o corpo de Jesus para o sepultamento. João conta ainda sobre Nicodemos (Jo 19:39), “que também era uma autoridade dos judeus” (Jo 3:1). Nicodemos levou consigo cerca de 34 quilos de mirra e aloés, prepararam o corpo de Jesus de forma breve, enrolaram o corpo em faixas de linho. Mateus 27:60 diz que José colocou Jesus “num sepulcro novo” que havia “mandado cavar na rocha”, no lugar que João 19: 41 descreve como um jardim perto de onde Jesus foi crucificado. Depois, José mandou que rolassem uma pedra grande na entrada do sepulcro.
4.4. Nos relatos dos Evangelhos, quatro pessoas estiveram presentes no sepultamento: José, Nicodemos, Maria Madalena e outra Maria. Esses personagens atreveram-se a comparecer. Enquanto isso, os apóstolos estavam trancados em casa, apavorados com a possibilidade de serem presos e sujeitos ao mesmo destino de Jesus.
CONCLUSÃO
1. Jesus é o servo sofredor do livro do Profeta Isaías, sofreu para ministrar vida abundante sobre a humanidade.
2. A Graça não é barata, mas, sim, extremamente valiosa.
3. Ele se humilhou, mesmo sendo Deus (Fl 2:6-7).
4. Foi sepultado por discípulos secretos: José de Arimateia e Nicodemos, mas discípulos secretos que se revelaram na hora da adversidade.
Para pensar:
1. O que significa para você o Servo Sofredor de Isaías 53:1-7?
2. A Graça é barata ou dispendiosa?
3. O que José de Arimateia e Nicodemos nos ensinam na dinâmica do Reino de Deus?