LIÇÕES

Guia para Células 21-07-24

De 21 julho à 27 julho 2024

Episódio VIII – Na Comunhão dos Santos; na Remissão dos Pecados; na Ressurreição do Corpo e na Vida Eterna

INTRODUÇÃO:

Para Lutero, esta parte conclusiva tem a ver com a Santificação. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Cristã – na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na Vida Eterna. Amém.

O que significa isso? Creio que, por minha própria razão ou força, não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor, nem vir a ele. Mas o Espírito Santo me chamou pelo evangelho, iluminou com seus dons, santificou e conservou na verdadeira fé. Assim também chama, congrega, ilumina e santifica toda a cristandade na terra, e, em Jesus Cristo, conserva -a na verdadeira e única fé. Esta cristandade perdoa a mim e a todos os crentes, diária e abundantemente, todos os pecados e, no dia derradeiro, ressuscitará a mim e a todos os mortos, e dará a mim e a todos os crentes em Cristo, a Vida Eterna.

  1. NA COMUNHÃO DOS SANTOS.

1.1. Oração do credo é farol para a igreja em meio às dificuldades; um farol e uma âncora para a Igreja caminhar nos tempos difíceis em que vivemos, por entre tantas falsas doutrinas e falsos profetas, que se misturam sorrateiramente como o joio no meio do trigo, mesmo dentro da Igreja.

1.2. As heresias causam “perturbação e perplexidade em muitas almas fiéis”. Sabemos que a Verdade nos leva à salvação, precisamos como apóstolo Paulo viver na convicção da sã doutrina” (II Tm 4:7) e afirma que “Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (I Tm 2:4); e “a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (I Tm 3:15).

1.3. A Igreja do nosso tempo é continuamente convidada a viver como os primeiros cristãos, que “mostravam-se assíduos ao ensinamento dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações… Todos os que tinham abraçado a fé reuniam-se e punham tudo em comum” (At 2:42.44). “A comunhão de bens é fruto do amor de Deus experimentado no perdão dos pecados, no dom de sua Palavra, na unidade no corpo e sangue de Cristo e no amor cativante do Espírito Santo”.

1.4. Mostra-se importante, a partir do texto acima, expor os bens espirituais doados por Cristo à Santa Igreja. Estes bens são basicamente 4:

•         A Fé: depósito apostólico comum confiado a todos os filhos/as de Deus;

•         Os Sacramentos: Os sacramentos (particularmente o batismo – porta para os demais sacramentos – marca de conexão, pertencimento – e a Santa Ceia – comunhão com o Corpo e o Sangue de Cristo é o sacramento que une os irmãos na dinâmica da fé e do serviço com obras que denominamos de piedade (aquilo que realizamos na Adoração, serviço a Deus) e misericórdia (aquilo que realizamos na direção, no serviço ao nosso próximo).

•         Os Carismas – dons: São as graças especiais dadas a certas pessoas e/ou grupos, conforme a vontade do Pai. Todavia, apesar de particular, todo carisma, dom , faz parte da Igreja Universal; em outras palavras, é um bem comum. Os dons são ferramentas concedidas por Deus para o serviço na Missão Cristã na face da terra.

•         Atos de Generosidade, Atos de Amor: Como corpo da Igreja, cada cristão deve se preocupar em cuidar dos demais irmãos que também fazem parte do corpo visível de Cristo.

2.  NA REMISSÃO DOS PECADOS

2.1. O Símbolo dos Apóstolos liga a fé no perdão dos pecados à fé no Espírito Santo, mas também à fé na Igreja e na comunhão dos santos. Foi ao dar o Espírito Santo aos Apóstolos que Cristo ressuscitado lhes transmitiu o seu próprio poder divino de perdoar os pecados: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes- ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos» (Jo 20:22-23).

2.2. Nosso Senhor ligou o perdão dos pecados à fé e ao Batismo: «Ide por todo o mundo e proclamai a Boa-Nova a todas as criaturas. Quem acreditar e for batizado será salvo» (Mc 16:15-16). O Batismo é o primeiro e principal sacramento do perdão dos pecados, porque nos une a Cristo, que morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação, a fim de que «também nós vivamos numa vida nova» (Rm 6:4).

2.3. «No momento em que fazemos a nossa profissão de fé, ao receber o Batismo que nos purifica, o perdão que recebemos é tão pleno e total que não fica absolutamente nada por apagar, quer da falta original, quer das faltas cometidas de própria vontade por ação ou omissão; nem qualquer pena a suportar para as expiar […]. Mas apesar disso, a graça do Batismo não isenta ninguém de nenhuma das enfermidades da natureza. Pelo contrário, resta-nos ainda combater os movimentos da concupiscência, que não cessam de nos arrastar para o mal».

2.4. Remissão é perdão sem nenhum ônus, práxis de misericórdia, clemência.

3. DA RESSURREIÇÃO DO CORPO

3.1. “Se o Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos habita em vós, Ele, que ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós” (Rm 8, 11)

3.2. Na oração do CREDO, os cristãos afirmam: “(…) creio na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém”. Essa é uma das frases que fundamentam a fé cristã. É importante lembrar que não só nossa alma tem um destino imortal, mas também nosso corpo. Esse ponto pode não parecer tão intuitivo, no entanto é uma das verdades da nossa fé.

3.3. “Para não deixar dúvidas desse fato, o evangelista Lucas narra a passagem dos discípulos de Emaús, na qual o Cristo já ressuscitado faz uma refeição com esses discípulos, em demonstração concreta que partilhava com eles de um corpo (Lucas 24:28-32)”.

3.4. Outro trecho bíblico está no Evangelho de João, em que Jesus e Tomé conversam e o Filho de Deus prova que está ali de corpo e alma. “Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas crente” (Jo 20, 27)

4. DA VIDA ETERNA

4.1      A vida eterna é vida sem fim, não limitada mais pelo tempo. Jesus oferece a vida eterna a todo aquele que crê nele como seu Salvador. A grande esperança de todo cristão é a ressurreição para a vida eterna.

4.2.    Todos nós temos um tempo limitado neste mundo. Nossos corpos envelhecem e um dia acabamos por morrer. Não existe forma da escapar da morte (Rm 3:23; Rm 6:23). O mundo todo está debaixo da maldição do pecado, que leva à morte.

CONCLUSÃO

1.        Em tempos de tanta confusão teológica por que passa a igreja cristã […] não é aconselhável professar o cristianismo sem afirmar com clareza aquilo em que se crê. A igreja de Cristo sempre foi uma igreja confessante, porque a genuinidade da nossa fé tem que ser evidenciada naquilo em que cremos e confessamos.

2. Temos que ter clareza para que com ousadia afirmemos de forma clara e aberta e, de preferência, de forma escrita, as coisas em que cremos, vivemos e experimentamos em Cristo.

3. Infelizmente hoje vivemos numa era que se rejeita a noção credal ou confessional, mas esta posição tem que ser repensada. Tantas são as heresias e as tentativas de assalto à fé genuína que tornam-se necessárias a formulação e a confissão daquilo em que cremos, para que a igreja, na sua inteireza, não venha a ficar perdida, lançada de um lado para outro por quaisquer ventos de doutrina.”

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