Episódio II – A UNIVERSALIDADE DO EVANGELHO DE CRISTO: É para todos o evangelho de Cristo?
Atos 10:44-48
INTRODUÇÃO:
Antes de salvar os gentios, Deus teve que preparar Pedro para que levasse a mensagem, e Cornélio para que ouvisse a mensagem. A salvação é uma obra divina, realizada pela graça, mas Deus opera por instrumentos humanos. Deus preparou Pedro para uma obra maior, missional, multigeracional. Os anjos podem transmitir as mensagens de Deus aos homens, mas não podem pregar-lhes o evangelho. Esse é o nosso privilégio e responsabilidade (I Pe 1:10-12).
Cesareia fica a pouco mais de 100km a noroeste de Jersulalém, 45 km ao norte de Jope (Jafa). Cesaréia era a capital romana da judéia.
1.1. Cornélio era oficial do exército romano, um centurião, ou seja, um oficial responsável por comandar uma centúria, a unidade básica das legiões romanas, dando ordens que deveriam ser prontamente obedecidas pelos soldados. Cornélio vivia em Cesareia, onde tinha a sua própria casa. Seu nome romano sugere que talvez tenha pertencido a uma família nobre na cidade imperial.
1.2. Na cidade de Cesareia morava um homem chamado Cornélio, centurião da CORTE chamada Itálica. Era piedoso e, junto com todos os da sua família, pertencia ao grupo dos tementes a Deus; dava muitas esmolas ao povo e orava sempre a Deus (Atos 10:1-2).
1.3. Foi a este homem que apareceu em visão um anjo, que lhe assegurou o favor de Deus e lhe deu instruções para que mandasse alguém a Jope buscar Pedro.
1.4. Cornélio, o centurião romano, estava cansado de mitos pagãos e de rituais religiosos inúteis e havia se voltado para o judaísmo na esperança de encontrar salvação. Havia muitos tementes a Deus como ele no mundo antigo (At 13:16).
1.5. É importante salientar que pessoas podem ser extremamente religiosas e, ainda assim, não serem salvas. Sem dúvidas, Cornélio era um homem sincero em sua fé, em seus jejuns e em sua generosidade com o povo judeu. Porém Cornélio sabia que somente a devoção religiosa não era suficiente para salvá-lo (At 11:13-16).
2. EXISTEM PESSOAS EM NOSSOS DIAS NECESSITANDO DE VIVER NA DINÂMICA DO ESPÍRITO SANTO?
2.1. Sim, pois a nossa própria história denominacional narra sobre isso. John Wesley era semelhante a Cornélio: era um homem religioso, membro de uma denominação cristã, pastor, filho e neto de pastor. Pertencia a um “Clube Religioso” em Oxford, cujo propósito era aperfeiçoar a vida cristã.
2.2. Wesley sabia que, no coração do nosso Deus, o foco principal é a missão. Assim sendo, trabalhou em missões estrangeiras, mas mesmo quando pregava a outros, não tinha certeza da própria salvação.
2.3. No dia 24 de maio de 1738, Wesley compareceu, com uma certa relutância, a uma pequena reunião em Londres, onde alguém estava lendo em voz alta um comentário de Martinho Lutero sobre Romanos: “Por volta das quinze para as nove”, escreveu Wesley em seu diário, enquanto ele descrevia a transformação que Deus opera no coração pela fé em Cristo, senti meu coração ser tocado de maneira estranha; senti que cria única e exclusivamente em Cristo para a salvação e recebi a convicção de que ele havia removido meus pecados e de que salvara minha vida da lei, do pecado e da morte”.
2.4. Grande avivamento aconteceu na sociedade britânica mediante a transformação desse homem. Deus está movendo na vida e missão desta Igreja para salvar Juiz de Fora.
3. NA DINÂMICA DO ESPÍRITO É MELHOR?
3.1. Sempre é melhor, pois a Igreja genuína, verdadeira e fiel é guiada pelo Espírito Santo. Do jeito dEle é sempre melhor. Deus enviou um anjo para instruir Cornélio que, como bom militar, de forma imediata, obedeceu.
3.2. Mas por que chamar Pedro, que estava a 45 km, em Jope, quando Filipe, o evangelista, já se encontrava em Cesaréia (At 8:40)? Porque Pedro, não Filipe recebera as “chaves”? Deus não apenas trabalha na hora certa, mas também por meio dos servos certos.
3.3. Pedro precisou ser preparado para esse acontecimento, uma vez que vivera como judeu ortodoxo a vida inteira (At 10:14).
3.4. Deus usou alimentos para falar com Pedro, pois queria quebrar paradigmas da religiosidade judaica. A distinção entre: “alimentos limpos e imundos” era um grande problema entre judeus e gentios daquela época. Tanto que os amigos cristãos de Pedro o criticavam por ele comer com os gentios (At 11:1-3).
3.5. Deus não estava mudando a dieta alimentar de Pedro, não foi uma aula na Faculdade de Nutrição ou Gastronomia. Deus estava mudando o sistema, transição de mente, pois tanto Judeus como Gentios são impuros aos olhos de Deus. “Porque Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia com todos” (Rm 11:32). O Gentio não precisava de ser Judeu para se salvar, mas sim de aceitar a Jesus, o único e suficiente Salvador e Senhor de nossas vidas.
3.6. Apesar de a recusa de Pedro ser a mais educada possível, ainda assim foi errada. Como escreveu Graham Scrogiee: “É possível dizer ‘não’ e é possível dizer ‘Senhor’, mas não se pode dizer ‘não Senhor’! Se ele é verdadeiramente Senhor de nossas vidas, só podemos dizer ‘sim’, pois devemos obedecer suas ordens. Aqui não falamos de Livre Arbítrio, mas sim da Livre Graça. A Graça tem liberdade para agir em tudo em nossas vidas, sim ou não? Há algum quartinho escuro no íntimo do seu ser em que a graça não pode atuar?
CONCLUSÃO
1. Os gentios não foram batizados pelo batismo; antes, foram batizados para dar testemunho da salvação. Pessoas salvas concedem testemunho da salvação mediante o batismo, o qual é uma confissão pública do pertencimento à Igreja de Jesus Cristo. O Batismo é o brado Paulino: “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego” (Rm 1:16).
2. Os pecadores sempre foram salvos pela fé; esse é um princípio estabelecido pelo Deus de Israel. Mas Ele muda os métodos de operação.
3. Pedro passou um tempo em Cesaréia e ajudou a fundamentar esses recém-convertidos na verdade da Palavra. Ouça, Igreja! Pedro foi aonde Deus o enviou e fez discípulos entre os gentios. Então, ele os batizou e lhes ensinou a Palavra. O que se encontra no coração de Deus é “missão”, que é o imperativo, o mandamento de Deus para sua Igreja (Mt 28:19-20). A Missão está sendo devidamente cumprida?