RESTAURANDO A ALMA – EPISÓDIO ÚNICO
“CURA INTERIOR”
Texto Base: Lucas 5: 17-26
INTRODUÇÃO:
Jesus retornou a Cafarnaum, possivelmente à casa de Pedro, e o povo reuniu-se para vê-lo curar e ouvi-lo ensinar. No entanto, é possível observar um elemento adicional: a presença de alguns líderes religiosos de Jerusalém, com o objetivo de investigar o que Jesus fazia. É a primeira vez que os escribas e fariseus são mencionados no Evangelho de Lucas (Lc 5:17). Infelizmente, religiosos sempre estão preocupados com leis, regulamentos e normas e não com a vida. É bom entender que os Dez Mandamentos, as Leis foram dadas por Deus a Moisés no Antigo Testamento, para preservação da vida e não para gerar cativeiro e opressão.
É importante entender que, de um lado, estão apenas os observadores, despreocupados com os problemas vivenciais das pessoas; mas neste texto contemplamos os quatro amigos que, genuinamente, estão preocupados com a aquele que necessitava da Graça de Deus. A Igreja é observadora da lei e não juíza e a mesma não quer julgar, mas salvar, restaurar, libertar e curar (Tg 4:11-12).
1. UM HOMEM DOMINADO TOTALMENTE PELA TORMENTA DA ALMA
1.1. No relato de Mateus a repeito deste acontencimento (Mt 9:2), ao ver a fé daquela gente, Jesus disse ao paralítico: “Coragem, filho, teus pecados estão perdoados”. Jesus reconhece a fé que os carregadores da maca tinham. Eles acreditavam piamente que o doente seria curado. E Jesus responde ao homem com palavras de confiança. Qual é o papel da Célula, da Igreja?
1.2. A Palavra grega Tharsei é “uma palavra de estímulo que, numa situação difícil e sem saída, convida à esperança e confiança.”Jesus não faz aquilo que os carregadores da maca e o doente esperavam de imediato. Ele não cura de forma imediata, mas anuncia o perdão dos pecados. Jesus vê claramente que sua paralisia não é apenas corporal, mas causada por uma atitude anterior. Essa atitude é o pecado.
1.3. O pecado, como eu concebo aqui, não é em primeiro lugar uma transgressão dos mandamentos, mas a negação da vida. E, muitas vezes, é o medo que nos leva a recusar as dádivas de Deus e nos paralisa em toda a nossa vida.
1.4. Muitas vezes somos reduzidos à inércia, esperando que os outros façam o necessário por nós. Jesus aborda, pois, em primeiro lugar, a atitude anterior. Não o repreende, mas anuncia ao paralitico o perdão de Deus. Ele é aceito pela graça, mesmo estando em um estado de negação da vida. Temos o Projeto Restaurando a Alma em nossa Igreja para que vençamos a procrastinação, codependência, comiseração, orfandande, os vicíos, tudo aquilo que é contrário à vida. O sub-reino, que é o reino de Satanás opera tirando a vitalidade das pessoas (Jo 10:9-10). Deus nos ama incondicionalmente. Quando entendemos que Deus nos ama e nos acolhe, vencemos as paralisias de nossa alma (Jo 6:37).
2. JESUS É O MÉDICO DO CORPO, DA ALMA E DO ESPÍRITO
2.1. Reconhecemos o poder curativo de Jesus Cristo, e sabemos que ele não o estende somente ao corpo, pois conhece a sede das nossas emoções, da alma. Por isso, primeiramente, Jesus dirige-se à alma e às atitudes a priori. Somente depois que o paralítico superou o medo que o paralisava, ouvindo a palavra de perdão, Jesus passa a ministrar no corpo. Faz isso com poucas palavras: “Levanta-te, pega o teu leito e vai para casa” (Lc 5:24).
2.2. Muitos querem levantar-se diante dos problemas e circunstâncias, porém precisam superar o medo. Primeiro queremos sentir-nos serenos, calmos e livres para que, assim, a autoconfiança gerada venha aniquilar nossas inseguranças e bloqueios da alma.
2.3. Devemos levantar-nos de nossa fraqueza e de nosso tolhimento. Os escribas se preocupavam com os preconceitos a respeito de Jesus. Queriam condenar Jesus por aceitar aquele homem do jeito em que ele se encontrava, afirmando: “(…) Quem é este que diz blasfêmias?” (Lc 5:21).
3. ROMPENDO OS NOSSOS RÓTULOS
3.1. Quantas vezes somos marcados por rótulos devido aos nossos problemas e necessidades? Você se sente rotulado nesta perspectiva? A maca é o rótulo de sua paralisia. Ter confiança não significa estar sem tolhimento algum. Precisamos pegar nossos tolhimentos e incertezas e carregá-los conosco. Eles, porém, foram superados e já não nos prendem na cama, na parilisia, no medo, na dor, na aflição e no insucesso.
3.2. O medo e a dor não podem ser sinal de alarde, mas sim sinal de testemunho a outros da superação operada em nós pela fé e confiança em Cristo. Eu posso errar, pois sou humano; mas creio em um Deus que me ama apesar da minha humanidade. O erro está impregnado no ser humano, mas mesmo com o meu erro, sou importante para Deus e tenho imensurável valor, pois o ser humano é a Coroa da Criação de Deus. Meu verdadeiro valor é bem mais profundo.
CONCLUSÃO
1. Minha paz, quando as coisas não vão bem, deve estar no Cristo da fé.
2. Recolha o seu tolhimento, pois o Deus que o/a perdoou é o mesmo que tem poder para, não apenas remediar o seu problema, mas resolvê-lo, pois é Deus de Milagres, Prodígios e Maravilhas.
3. Não somos guiados nem pelo medo e muito menos por nossas dores: somos guiados pelo Espírito Santo de Deus!