TEMPO DE ALIANÇA É TEMPO DE PURIFICAÇÃO
Marcos 11: 15-20
INTRODUÇÃO
Jesus já havia purificado o Templo em sua primeira visita a Jerusalém na Páscoa (Jo 2:13-22), mas o resultado havia sido apenas temporário. Precisamos estar sempre aos pés de Jesus, pois sempre necessitamos de purificação. A nossa “Casa Espiritual” precisa de reparos, ajustes e limpeza todos os dias. Sabemos muito bem que aquele que diz que não possuí pecado é mentiroso e a Palavra do Eterno não está nele (I Jo 1:8). A revisitação da graça de Deus em nós sempre nos lança em direção à limpeza, purificação e santidade.
1. QUEM TEM ALIANÇA BUSCA A DEUS NO TEMPLO
1.1. Todos nós sabemos que I Coríntios 3:16-17 nos afirma: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo”.
1.2. Mas também estamos cientes de que: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”
1.3. A questão ir ao templo é uma solução e não um problema, porém algo estava errado. O texto anterior que fala a respeito da figueira-Marcos 11: 12-14- fala a respeito de uma árvore que tinha imponência, glamour, pompa, muita beleza, porém era enganosa, pois não tinha frutos para alimentar o rebanho de Deus.
2. NA ANTIGA ALIANÇA HAVIA NECESSIDADE DO DERRAMAMENTO DE SANGUE
2.1. Na Antiga Aliança era necessário derramar sangue para purificar as coisas e obter perdão de pecados.
2.2. A Bíblia diz que, segundo a lei, quase todas as coisas eram purificadas com sangue e que não havia perdão sem derramamento de sangue. (Hb 9:12-28).
2.3. O sacrifício era um símbolo de que o salário do pecado é a morte, e que o sangue representa a vida. Deus permitia que uma oferta ou sacrifício tomasse o lugar da morte que as pessoas mereciam por seus pecados.
2.4. O Templo transformara-se, desde a reforma deuteronomista, no centro da festa da Páscoa, que contudo não se limitava a ele. Não apenas os israelitas, próximos de Jerusalém, compareciam à festa, mas também de toda a Diáspora judaica vinham pessoas para a festa. Pode-se calcular o número de participantes, com base na informação de Flávio Josefo, o historiador. Segundo ele, Gestius tendo feito um recenseamento, a fim de convencer Nero da importância de Jerusalém, dá o número de cordeiros sacrificados por ocasião de uma festa Pascoal. Seriam 256.500 o que, admitindo-se 10 pessoas para cada um, daria uma população de 2.700.200. Sem dúvida, tal população, na ocasião da festa da Páscoa, fazia com que grande parte acampasse, fora dos muros da cidade.
2.5. Com isto o comércio tomava grande impulso nesta época, inclusive no Templo (Mt 21. 12-13; Jo 2.13-17). Os que se alojavam dentro dos muros eram gratuitamente hospedados, e, em troca, deixavam aos seus hospedeiros, as peles dos cordeiros pascais e os vasos de que se utilizavam nos serviços sagrados. Os preparativos iniciavam até um mês antes; rituais de purificação, outros arranjos preliminares eram feitos, segundo o ensino dos Rabis. No sábado anterior à festa, era o grande sábado. Nele deveriam fazer-se orações e ritos especiais, tudo com vistas à festa. No dia 10 de Nisan (é o mês do início do calendário judaico e corresponde a março e abril) o cordeiro do sacrifício era escolhido.
2.6. A questão vital aqui não é o comércio, mas sim o comércio feito à troca de que? Marcos cita que os mercadores vendiam pombos. Os pombos eram um dos poucos sacrifícios que o pobre tinha condições de oferecer (Lv 14:22). Foi o sacrifício que José e Maria levaram quando apresentaram Jesus no Templo (Lc 2:24).
3. A ANTIGA ALIANÇA SUCUMBIU, POIS PERDEU-SE O PROPÓSITO
3.1. Jesus possuía uma visão espiritual da religião hebraica, porém os líderes promoviam um tradicionalismo morto, cheio de pompa, mas sem vida. Era a figueira cheia de folhas, mas sem frutos.
3.2. Campbell Morgan ressalta que a expressão “Covil de Salteadores” refere-se ao local para onde os ladrões fugiam com o objetivo de escapar das autoridades.
3.3. A questão principal deste texto não é o mercado religioso; pessoas vinham de muito longe para sacrificar. Como seria possível trazerem um cordeiro, um novilho, ou até mesmo pombos em uma viagem longa a pé, de camelo ou cavalo? O problema era o local em que se fazia isto.
3.4. Esse “mercado religioso” ficava no átrio dos gentios, justamente o lugar onde os judeus deveriam estar realizando um trabalho missionário sério. Se os gentios fossem ao templo ouvir a Palavra de Deus, jamais creriam no estava sendo anunciado, pois não haveria local para eles; o espaço estava totalmente tomado para a vendagem de produtos religiosos.
O átrio dos gentios, que deveria ser um lugar de adoração, havia se tornado um lugar apenas de oportunismo e de comércio.
CONCLUSÃO
1. Em tempo de Aliança é necessário entender que Jesus fez um sacrifício único por todos nós e precisamos de adorá-lo também no templo (Hb 10:14-17);
2. Em Tempo de Aliança, precisamos valorizar a comunhão com a família de Deus e pertencer à mesma por intermédio do batismo, o qual nos remete à Mesa de Comunhão.
3. Tudo aquilo que a Igreja faz visa alcançar vidas para Jesus Cristo. Nada pode estar no lugar do nosso compromisso de alcançar os perdidos. Declaramos mais uma vez que Juiz de Fora é do Senhor Jesus!