LIÇÕES

Guia para Células 18-05-25

De 18 May à 24 May 2025

SÉRIE DE MENSAGENS: EU AMO A MINHA CIDADE

X EPISÓDIO: BATALHA ESPIRITUAL NA CONQUISTA DE UMA CIDADE

Zacarias 3:2

INTRODUÇÃO:

O nome Zacarias, de origem hebraica, significa “Deus se lembrou” ou “O Senhor se lembrou”. É composto por “Zacar”, que significa “lembrar”, e “Yah”, uma abreviação do nome de Deus. O profeta viu a sala de audiência celestial onde Josué, representante do povo de Judá, estava diante do Anjo do Senhor sendo acusado por Satanás. Este Josué não é o que sucedeu a Moises, mas sim, o sumo sacerdote que voltou a Jerusalém junto com os exilados (Ed 3:2).

Neste enredo, aparece Satanás, o qual no Hebraico Bíblico é literalmente acusador.  Essa cena não é diferente da ocorrida em Jó 1, onde Satanás apresenta-se diante de Deus, fazendo acusações contra o povo que cultua a Deus.

1.​LUTANDO CONTRA O ACUSADOR

1.1.​ O termo hebraico para “acusador”, em Zacarias 3:2 , é “Satanás”, que literalmente significa “adversário” em um tribunal. Nesse contexto, Satanás está à direita de Josué, o sumo sacerdote, para acusá-lo, exercendo seu papel de acusador. É importante notar que “Satanás” refere-se ao adversário ou acusador, enquanto “Diabo” é o termo grego que também significa “acusador e o que faz facção, divide”.

1.2. ​Nesse versículo, Satanás representa o papel de adversário judicial, contrastando com o Messias, que é descrito como o “advogado” do povo no tribunal celestial. Em Zacarias 3:2, o termo hebraico para “acusador” é הַשָׂטָן (ha-Satan).

1.3. ​הַ(ha) é o artigo definido hebraico, equivalente a “o” em português. שָׂטָן (Satan) significa “acusador” ou “adversário”. Então, o prefixo הַ (ha) é o artigo definido que precede o substantivo שָׂטָן (Satan), indicando “o acusador” (Hassatan).

1.4.​ O Senhor te repreende, ó Satanás – essas palavras pressupõem uma conversa que já estava ocorrendo, em que Satanás havia feito acusações contra o povo de Deus e seus sacerdotes. Somos lembrados de forma categórica, neste texto que Satanás não é, de modo algum, soberano; pelo contrário, está sujeito à Soberania do Senhor que controla todas as coisas.

2.​SOMOS TIÇÕES TIRADOS DO FOGO

2.1.​ Zacarias foi um profeta pós- exílico. Foi contemporâneo de Ageu. Estes profetas exerceram seu ministério em Judá. Havia uma tensão constante entre aqueles que haviam retornado do exílio e aqueles que não haviam sido exilados. Cada grupo pensava ter razões próprias para achar que era superior ao outro grupo, o “verdadeiro” remanescente através do qual Deus manteria sua aliança.

2.2.​ Os habitantes da região da Judéia viviam diariamente o doloroso contraste entre as glórias do passado e as humilhações do presente. Muito pouco do que os anistiados esperavam avidamente havia se concretizado. A mensagem de Zacarias e Ageu está fortemente alicerçada na pregação do arrependimento. Na compreensão destes profetas, arrependimento era algo que não deve acontecer somente na mente do indivíduo, ou na “igreja-enquanto-instituição”. O genuíno arrependimento deve ocorrer em todas as esferas da vida: nas casas, nos mercados, nos tribunais, nas câmaras públicas. Arrepender-se significa, nestes contextos, reconhecer o SENHORIO ABSOLUTO DE DEUS.

2.3.​ A expressão TIÇÃO TIRADO DO FOGO simboliza o povo escolhido de Deus, como é narrado em Amós. 4:11: “Derrubei alguns dentre vós, como Deus derrubou a Sodoma e Gomorra, e vós fostes como um tição arrebatado do incêndio; contudo não vos retornastes a mim, diz o SENHOR.” Nós herdamos esta graça, pois fomos retirados do pecado por intermédio de Jesus Cristo. Somos o “Corpo Vivo de Cristo na Face da Terra” e precisamos de mergulhar mais e mais em Deus.

3.​TROCANDO AS VESTES PARA UM NOVO TEMPO

3.1.​ A reconstrução do templo foi designada pelo imperador persa Ciro II. No ano 539 a.C., Ciro apodera-se da Babilônia e ordena o repatriamento dos judeus mantidos em cativeiro e a reconstrução do seu templo, que, segundo o livro de Esdras (capítulo 1, versículos 1 a 4), terá tido lugar sob Zorobabel, sendo apoiada pelo funcionário Esdras e pelos profetas Zacarias e Ageu.

3.2.​ O Templo representava a presença e o relacionamento de Deus com seu povo. O primeiro templo foi destruído por Nabucodonosor em 586 a.C. durante o reinado de Ezequias, após anos de pregação profética e chamada ao arrependimento. Impureza, pecado não confessado, injustiça social, corrupção moral, prostituição com cultos abomináveis foram as grandes causas do juízo que culminou com o exílio e a destruição do primeiro templo. Agora o templo estava sendo reconstruído. O relacionamento com Deus tinha uma nova oportunidade de ter uma representação; o povo que não foi levado cativo e os anistiados, haviam recebido a oportunidade de reconstruir sua nação e, consequentemente, seu relacionamento com Deus.

3.3. ​“Tirem as roupas impuras dele”. Depois disse a Josué: “Veja, eu tirei de você o seu pecado, e coloquei vestes nobres sobre você”. Tirem as roupas impuras dele. Eu tirei de você o seu pecado. Sendo o sumo sacerdote representante do povo perante Deus (Êx 28.29), de modo algum poderia permanecer imundo ou impuro (Êx 28.2; Lv 21.10-15). “As vestes sujas de Josué” significam, literalmente, sujas de fezes.

A purificação de Josué não terminou com a retirada de suas roupas sujas de pecado. Deus as trocou por vestes limpas, simbolizando os dons de Sua justiça. Assim também o cristão tem seus pecados purificados pela obra de Jesus e lhe é concedida a justiça de Deus (Rm 5:18, 19; II Co 5:21). Perceba a bondade que é manifesta durante toda a ação: Deus tira um pedaço de lenha já chamuscado pelo fogo (cativeiro babilônico, sofrimento, humilhação, dor) e realiza, neste ser sem valor, uma limpeza cerimonial, tornando- o apto para ser usado a Seu serviço.

3.4.​ Josué recebeu novamente a função de Sumo Sacerdote de Israel. Por sua fidelidade, foi-lhe conferido o privilégio de exercer autoridade no Templo de Deus – “minha casa em todas as suas dependências”. Sabemos muito bem que, para Deus, existia um destino, um futuro grandioso para o povo Judeu e também para nós, o Novo Israel de Deus: “E, se somos filhos, também somos herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo. Se de fato sofremos com ele, também com ele seremos glorificados. Considero, pois, que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a Glória que em nós é revelada” (Rm 8:17-18)

3.5.​ Creio que existe um poder profético e sacerdotal sobre a Igreja, mas só se manifestará, em justa medida, a partir do arrependimento, da purificação e do avivamento.

CONCLUSÃO:

  1. O Messias que estava por vir é aqui retratado como servo de Deus (Is 53.11) e chamado de Renovo. Isaías usou esta palavra e outras parecidas para descrever o Messias, que sairia da raiz de Jessé como um novo rebento brotando da terra (Zc 6.12; Is 4-2; 11.1; 53.2). Josué e seus companheiros são considerados homens portentosos porque simbolizam a reinstituição do sacerdócio, tornando notório o desejo de Deus de continuar cumprindo Suas promessas junto a Seu povo.
  • A pedra tem um um tom messiânico e remete, em primeira instância, à pedra principal do templo, mas a referência conclusa está na pessoa bendita de Jesus Cristo, a “Pedra Angular, eleita e preciosa” da Casa Espiritual (I Pe 2:6). Assim, como o sumo sacerdote Arão, que usava um éfode de pedras preciosas (Êx 25.7; 35.9), o novo sumo sacerdote recebe uma pedra única, símbolo da sua posição de autoridade. Os sete olhos na pedra seriam um símbolo de sabedoria e poder concedidos pelo Espírito Santo (Zc 4.10; Is 11.2).
  • Sentar debaixo da videira e da figueira é um retrato de tranquilidade e paz, características do reino messiânico “Mas assentar-se-á cada homem debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do SENHOR dos Exércitos o disse”. (Mq 4-4).
Download