Episódio V – Ferramentas Espirituais III (Dons de Poder)
I Co 12:6-11
INTRODUÇÃO:
Entendemos que I Co 12:6 nos orienta que existem diversidades nas “realizações…”mostra-nos de forma clara e contundente o resultado daquilo feito, na qualidade de alguma “atividade”. No verso 5 do mesmo capitulo 12 de I Coríntios, aparece a palavra – chave διακονία (διακονιῶν) – serviços, ministério, aponta particularmente para a atividade de cada dom espiritual, dos empreendimentos individuais. A partir dos dons, o ser humano coopera com a vontade de Deus de edificar a Igreja e salvar vidas. Preste bem atenção: “Deus é quem opera tudo em nós.” Nada aqui pode ser feito a partir apenas da nossa suficiência, habilidade, mas pelo Poder de Deus em nós. A Obra é de Deus, os Dons são dados por Deus, não é permitido nem fermento e nem mel. A Bíblia nos revela: “Toda oferta dos teus manjares temperarás com sal; à tua oferta de manjares não deixarás faltar o sal da aliança do teu Deus; em todas as tuas ofertas aplicarás sal” (Lv 2:13).
As ofertas de manjares, assim como os holocaustos, eram queimadas no altar, como “aroma agradável ao Senhor” . Mas, ao contrário da queima total dos holocaustos, apenas uma porção dos manjares eram queimados no altar. Porém, nem o fermento e nem o mel poderiam ser queimados. A Bíblia diz que o povo poderia até ofertar esses dois produtos como primícias, mas eles não poderiam ser queimados como oferta agradável ao Senhor. O fermento, sabemos que é símbolo do pecado, mas a referência quanto ao mel não tem explicação bíblica. Alguns estudiosos, porém, defendem a tese de que o mel representa os prazeres da carne, os desejos do homem carnal, ou nossas habilidades que são empregadas na obra de Deus sem a confirmação do Espírito Santo. Os dons são dados pelo Espírito para serem usados no “altar da santidade” e é Deus quem opera, que faz tudo em nós.
1.1. Os dons de poder são capacitações especiais em situações que demandam a ação sobrenatural do Espírito Santo na vida do cristão/ã.
1.2. I Coríntios 2:4-5 “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (1Co 2.4,5).
1.3. O ministério de Jesus foi marcado pela presença intensa do Sobrenatural, Milagres, principalmente curas extraordinárias. A história eclesiástica comprova que a Igreja do primeiro século também operou maravilhas no poder do Espírito Santo. Entre os primeiros cristãos, sobejavam os dons de poder. Se Jesus não mudou e os dons espirituais são para a Igreja de hoje, por que atualmente não vemos as manifestações dos dons de poder em nosso ambiente com mais frequência? Será falta de conhecimento a respeito do assunto? Ou será por causa do mau uso que alguns fazem das dádivas divinas?
1.4. Uma coisa é certa, Deus quer salvar vidas, Ele é o mais interessado em sua maravilhosa e poderosa obra, mas tudo precisa de ser para a Glória de Deus. “Eu sou o Senhor; este é o meu nome! Não darei minha Glória a ninguém, não repartirei meu louvor com ídolos esculpidos” (Is 42:8).
2. OS DONS DE PODER SEGUNDO AS ESCRITURAS
2.1. DONS DE PODER: FÉ, DONS DE CURAR E OPERAÇÃO DE MARAVILHAS.
2.2. O dom da fé diz respeito a uma fé sobrenatural que capacita o cristão/ã a crer em Deus, para a realização de milagres extraordinários como a cura de doenças, ressurreição de mortos ou a realização de coisas impossíveis pelos meios naturais. O Dom da Fé é a capacitação sobrenatural do crente para crer e realizar o impossível em nome do Senhor (Mt 17.20; At 3.6,7; 14.9,10).
2.3 Os dons de curar (1Co 12.9-a). “Este dom é multiforme na sua constituição e na sua operação. É uma sublime mensagem para os enfermos, não importando a sua doença. São dons de manifestação de poder sobrenatural pelo Espírito Santo para a cura de doenças e enfermidades do corpo, da alma e do espírito para cristãos e não cristãos”. A cura divina era parte fundamental no ministério de Jesus (Mt 4.23-25; 8.16; 10.1; Lc 4.14; At 10.38). O livro de Atos, mostra-nos também que Pedro, Filipe, Estêvão e Paulo eram tremendamente usados por Deus com este dom (At 3.6-8; 6.8; 8.6-8; 19.11,12; 28.7,8; Rm 15.19; 1Co 2.4; 2Co 12.12).
2.4. O dom de Operação de Maravilhas (I Co 12.10). Esse Dom manifesta-se, como os demais, de maneira sobrenatural, geralmente sendo uma intervenção divina nas leis da natureza. É Deus modificando as leis naturais para manifestar o seu supremo poder (Js 10.12-14; At 9.36-42; 20.9-12). Sempre que o Dom de Operação de Maravilhas se manifesta, os resultados são imediatos e visíveis (At 2.43; 8.5-8,13; 19.11). “A palavra ‘maravilha’ no grego: “teras”, ‘algo estranho’ que leva o observador a se maravilhar, sempre é usado no plural e geralmente depois do termo: “semeia”, ‘sinais’; o oposto ocorre em At 2.22,43; 6.8; 7.36; em At 2.19, o termo ‘teras’ aparece sozinho ‘prodígios’. O sinal tem o propósito de apelar para o entendimento, a ‘maravilha’ apela para a imaginação, o poder ‘dúnamis’ indica que sua fonte é sobrenatural”.
3. OS DONS DO ESPÍRITO NA VIDA E MISSÃO DA IGREJA
3.1. É bom entendermos, mais uma vez, que só o Espirito Santo realiza, a expressão “energeo”, que significa operar, trabalhar, produzir, efetuar. É causa eficaz única, o Espirito é que efetua todos os dons espirituais.
3.2. Há diversidade, o Espírito age de formas múltiplas, porém para gerar unidade. A unidade se dá quando entendemos que o dom dado a outrem faz o Corpo mais forte. Não são “olimpíadas espirituais”, onde um atleta compete com o outro. Não há competição, mas sim cooperativismo ministerial.
3.3. A Igreja Cristã necessita dos dons, desde que os mesmos sejam utilizadas de forma correta e para o crescimento do Corpo de Cristo na face da terra.
CONCLUSÃO
1. Os dons devem ser administrados à luz do Espírito, pois devem exercer um fim proveitoso.
2. A Igreja só precisa dos mesmos, se forem na dinâmica e no controle do Espírito Santo.
3. Queremos mais de Deus para a vida e missão de nossa Igreja e entendemos a necessidade da busca dos dons como ferramentas na vida e missão da Igreja.