LIÇÕES

Guia para Células 07-07-24

De 07 julho à 13 julho 2024

Episódio VI – De onde há de vir para julgar os vivos e os mortos (…)

I Tessalonicenses 4:13-17; I Coríntios 15:23-28; 50-58

INTRODUÇÃO:

Desde a Ascensão de Jesus, o Cristo, o desígnio de Deus entrou em sua consumação. Já estamos na “última hora”: “Filhinhos, esta é a hora derradeira e, assim como ouvistes que o anticristo está chegando, já agora muitos anticristos têm surgido. Por isso, sabemos que esta é a última hora. Eles saíram do nosso meio, mas na realidade não eram dos nossos, pois se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; o fato de terem nos abandonado revela que nenhum deles era realmente dos nossos” (1Jo 2:18-19). “Portanto, a era final do mundo já chegou para nós, e a renovação do mundo está, irrevogavelmente, realizada e, de certo modo, já está antecipada nesta terra. Já na terra, a Igreja se reveste de verdadeira santidade, embora imperfeita”. O Reino de Cristo já manifesta sua presença pelos sinais milagrosos que acompanham seu anúncio pela Igreja. Segundo o teólogo e pastor Dietrich Bonhoeffer: “Não estamos no tempo penúltimo, mas sim no tempo último, concluso de Jesus Cristo!”.

  1. ELE É O SENHOR DOS MORTOS E DOS VIVOS.

1.1. O mundo pagão do tempo de Paulo não tinha esperança alguma de vida depois da morte. Uma inscrição típica encontrada em um túmulo demonstra esse fato: Eu não existia, vim a existir. Não existo. Não me importo.

1.2. No grego,  “agnoeo” é viver nas trevas da insensatez; não ter clareza de realidades importantes. O apóstolo Paulo estava sempre ensinando e recapitulando estas verdades espirituais. O genuíno cristão/ã não poderia fazer como o povo pagão pois, na despedida de um ente querido, dava vazão insana à tristeza; entendiam que a morte do corpo era a destruição final, imaginando que tudo que for tirado deste mundo perece para sempre.

1.3. “Cristo morreu e ressuscitou para ser o Senhor dos mortos e dos vivos” (Rm 14:9). A Ascensão de Cristo ao Céu significa sua participação, em sua humanidade, no poder e na autoridade do próprio Deus. Jesus Cristo é Senhor: possui todo poder nos céus e na terra. Está “acima de toda autoridade, poder, potestade e soberania”, pois o Pai “tudo submeteu a seus pés” (Ef 1:20-22). Cristo é o Senhor do cosmo e da história. Nele, a história do homem e toda a criação encontram sua “recapitulação” (II Co 5:17), sua consumação transcendente.

2.  A PAROUSIA É REAL

2.1. Já presente em sua Igreja, o Reino de Cristo ainda não está consumado “com poder e grande glória” (Lc 21:17-19) pelo advento do Rei na Terra. Esse Reino é ainda atacado pelos poderes maus, embora estes já tenham sido vencidos em suas bases pela Páscoa de Cristo. Enquanto tudo não for submetido a ele, “enquanto não houver novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça, a Igreja peregrina leva consigo, em seus sacramentos e em suas instituições que pertencem à idade presente, a figura deste mundo que passa, e ela mesma vive entre as criaturas que gemem e sofrem como que dores de parto até o presente e aguardam a manifestação dos filhos de Deus”. Por este motivo,  os cristãos oram, sobretudo na Eucaristia, para apressar a volta de Cristo, dizendo-lhe: “Vem, Senhor!”(Ap 22:20).

2.2. O que significa a palavra PAROUSIA? Termo técnico para designar a segunda vinda gloriosa de Jesus Cristo.  Porém a palavra tem vários significados: a) o etimológico [paraousia= estar junto] de simples presença, (ver 2 Co 10:10: a presença (parousia) pessoal de Paulo é fraca), podendo significar bens e vinda. (ver I Co 16:17 :alegro-me com a vinda [parousia] de Fortunato]. b)um segundo significado que poderíamos chamar de técnico ou administrativo-político como visita de personagens eminentes, reis ou imperadores a uma determinada região. Neste caso, o personagem recebia homenagens, próprias de um “deus” ou “salvador”, com bens ou benefícios tão avultados que se iniciava, assim, nova era para a história local.

2.3. A Parousia será uma série de acontecimentos, começando com o Armagedon (Ap 16:15), estendendo-se até a destruição da velha terra (II Pe 3:4-12). I Tessalonicenses 4:15-17 fala a respeito da volta “iminente de Cristo”, pois pode acontecer a qualquer momento: “Portanto, assim te farei, ó Israel! E porque isso te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus” (Amós 4:12).

3. O ARREBATAMENTO DA IGREJA SANTA DE CRISTO

3.1. Esses acontecimentos segundo I Corintios 15:52 se darão: “em um abrir e fechar de olhos”. Jesus Cristo voltará “nos ares” onde nos encontraremos com Ele (I Ts 4:17). Milhões de pessoas desaparecerão repentinamente! Os funcionários do acampamento de uma Igreja fizeram uma simulação detalhada de um “arrebatamento” (a palavra grega “harpazo” é traduzida “arrebatados” na versão Almeida Revista e Atualizada. O termo significa “agarrar, apanhar, tirar com violência”), enquanto o diretor do local estava fora. Quando ele voltou, todos haviam desaparecido, havia roupas no chão, como se as pessoas houvessem passado por elas, um barco motorizado vazio movia-se em círculos pelo lago, e tudo funcionando na cozinha sem ninguém por perto. Um telefonema feito da cidade no momento exato (“o que está acontecendo? Todo mundo sumiu daqui! ”) deu ainda mais realidade à simulação. O diretor relata que ficou impactado com o realismo da simulação. Podemos imaginar o caos que será neste dia. Você está pronto?

3.2. Quando Paulo pregou a doutrina da ressurreição aos filósofos atenienses, quase todos zombaram dele (At 17:32). A grande esperança dos gregos era realmente livrar-se do corpo. Por que alguém desejaria que seu corpo fosse ressuscitado? Além disso, como seria possível ressuscitar o corpo, uma vez que seus elementos estariam decompostos e misturados com terra? Para eles a doutrina da ressurreição era absurda e impossível.

3.3. No tempo de Paulo, os fariseus acreditavam na ressurreição dos mortos, mas os saduceus não (At 23:8). Três sons peculiares farão parte desse acontecimento: o brado de Cristo, o som da trombeta e a voz do arcanjo. Jesus Cristo dará a “palavra de ordem”, como fez do lado de fora do túmulo de Lázaro(Jo 11:43). “Os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão”(Jo 5:28). Em I Corintios 15:52, sua volta é relacionada ao som da trombeta. O único arcanjo mencionado na Bíblia é Miguel (Jd 1:9). De acordo com Daniel 10:13, há mais de um arcanjo, de modo que não sabemos ao certo se essa voz será de Miguel (I Ts 4:16).

3.4. O Encontro é pessoal, pois o termo grego para encontro nos ares significa: “encontrar-se com alguém da realeza de forma exclusiva”. Será um encontro glorioso, nos tornaremos semelhantes a ele (I Jo 3:1-2), um encontro e tanto! Será glorioso pois teremos um corpo glorificado e será eterno. Eis o que ele prometeu: “Voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14:3).

4. TEMPO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS

4.1. Nosso encontro com o Senhor também será tempo de prestação de contas. Esse será o grande “Tribunal de Deus” ou “Tribunal de Cristo”(Rm 14:10, II Co 5:10). O termo grego bema, traduzido por tribunal, refere-se ao local onde os juízes das competições olímpicas entregavam as coroas aos vencedores. Nossas obras serão julgadas e as recompensas serão distribuídas (I Co 3:8-15).

CONCLUSÃO

1.        Robert Murray McCheyne, servo temente a Deus e pastor reformado, costumava perguntar às pessoas:

– Você acha que Jesus vai voltar hoje?

– Acho que não, a maioria respondia.

Em seguida, McCheyne afirmava: Então, meu amigo, é melhor você estar preparado, “porque, a hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá” (Lc 12:40).

2.        Na linha dos profetas e de João Batista, Jesus anunciou em sua pregação o”Juízo do Último Dia”. Então será revelada a conduta de cada um e o segredo dos corações. Será também condenada a incredulidade culpada que fez pouco caso da graça oferecida por Deus. A atitude em relação ao próximo revelará o acolhimento ou a recusa da graça e do amor divino. Jesus dirá no último dia: “Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25:40).

3.        Cristo é Senhor da Vida Eterna. O pleno direito de julgar definitivamente as obras e os corações dos homens pertence a Ele enquanto Redentor do mundo. Ele “adquiriu” este direito por sua Cruz. O Pai entregou “todo o julgamento ao Filho” (Jo 5:22). Ora, o Filho não veio para julgar, mas para salvar e para dar a vida que está nele. É pela recusa da graça nesta vida que cada um já se julga a si mesmo, recebe de acordo com suas obras e pode até condenar-se para a eternidade, ao recusar o Espírito de amor.

4.        A crença no fim do mundo e da vinda do Senhor como juiz desperta a consciência da responsabilidade humana, opondo-a à falsa confiança de quem acredita ser suficiente dizer “Senhor, Senhor!” para entrar no Reino.

Nesse sentido, o discipulado afirma tanto a radicalidade da graça quanto a responsabilidade do cristão. A salvação é dom e responsabilidade.  “Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”(Ap 2:10). Em suma: Ap 21:1-8.

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