VOLUNTÁRIO? NÃO! CHAMADO? SIM!
EPISÓDIO IV – UMA COMUNIDADE QUE CUIDA
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e ainda outros para pastores e mestres da Igreja” (Efésios 4:11).
INTRODUÇÃO
A figura do pastor no Antigo e no Novo Testamento mostra que o povo está sob o cuidado do Eterno, pois nosso Deus é Deus-Pastor nas Sagradas Escrituras, sendo o Pastor por excelência de todo o seu povo’. A história dos primeiros reis de Israel, de Saul e Davi, em I Samuel capítulos 16 e 17; a narrativa de II Sm 12: 1- 10, que mostra a ação dos profetas da corte e as contradições da realeza de Salomão em I Reis capítulos 11-12. A figura do pastor sempre é presente, pois visa dar direção ao seu povo, mesmo que isso seja algo extremamente desafiador por causa da dureza de coração até mesmo daqueles que receberam “unção para um trabalho específico” – Reis.
No Novo Testamento, identificaremos os indícios de ministérios na Igreja nascente e a presença de lideranças, nas comunidades cristãs, que são responsáveis pelo anúncio do Evangelho e solícitos às necessidades da comunidade de fé e serviço. Estamos conscientes, porém, de que “não é intenção do Novo Testamento fornecer uma ‘constituição’ da Igreja”. Apesar da diversidade nos ministérios, “para todos os cristãos vale a lei do amor, do serviço, da submissão mútua, qualquer que seja a função que exerçam na comunidade”. É objetivo central mostrar que a figura do bom pastor refletirá a missão apostólica desta liderança comunitária, em meio aos desafios e perigos que as comunidades enfrentam. Na figura da ovelha perdida nos Evangelhos sinóticos refletimos sobre a missão da Igreja em não perder nenhum desses pequeninos, evocada na imagem do pastor que deixa suas outras ovelhas e vai em busca daquela que se perdeu (Mateus 18:10-14).
1.UM CHAMADO QUE EXIGE FÉ
1.1. O pastoreio não é um cargo, mas sim um encargo. Esse é o chamado só será realizado na dinâmica da fé. Precisamos ter fé em nós mesmos e na capacidade que o Pai Celestial tem de nos abençoar e nos guiar nesta desafiadora, porém saborosa missão.
1.2. Há muitos séculos, o salmista escreveu uma bela verdade: “é melhor confiar no Senhor do que confiar no homem. é melhor confiar no Senhor do que confiar nos príncipes” (Salmos 118:8-9). Em outras palavras: confiemos na capacidade que o Senhor tem de nos guiar. As amizades, como sabemos, podem mudar ou acabar, mas o Senhor é constante.
2.UM CHAMADO QUE EXIGE RESILIÊNCIA
2.1. Em julho de 1976, o corredor Garry Bjorklund estava determinado a integrar a equipe olímpica norte-americana na prova de 10.000 metros nas Olimpíadas de Montreal. Porém, na metade da extenuante corrida classificatória, perdeu o tênis esquerdo.
2.2. Qual seria sua decisão diante daquela situação? Suponho que ele poderia ter desistido e parado. Poderia ter culpado a falta de sorte e perdido assim a oportunidade de participar da maior competição de sua vida, mas essa não foi a atitude desse atleta campeão.
2.3. Continuou mesmo sem o tênis. Sabia que teria de correr mais rápido do que nunca. Tinha consciência de que seus concorrentes agora tinham uma vantagem inexistente no início da prova. Percorreu a pista porosa, com um pé calçado e o outro descalço, e terminou em terceiro lugar, o que o classificou para disputar a corrida pela medalha de ouro. Seu tempo de corrida foi o melhor que jamais alcançara. Ele realizou o esforço necessário para atingir sua meta.
2.4. Pessoas que são chamadas ao cuidado necessitam de resiliência. Talvez venhamos a atravessar períodos na vida em que tropeçaremos, nos cansaremos ou nos esgotaremos e sofreremos decepções, traições, críticas ou tristezas. Quando isso acontecer, espero que perseveremos e façamos um esforço ainda maior para alcançar nossos objetivos. “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (I Co 10:13).
3.UMA CHAMADO AO SACERDÓCIO
3.1. “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êxodo 19:5-6).
3.2. Segundo o texto massorético, o Êxodo usa a palavra מַמְלֶכֶת mamlechet (lê-se mamlérret), que significa “reino de…”; e a palavra כֹּהֲנִים cohanim (coanim), que significa “sacerdotes“.
3.3. Pedro está afirmando em sua teologia, que os gentios também receberam o chamado divino para serem sacerdócio real, ainda que originalmente os Hebreus tenham sido chamados para essa função a priori.
3.4. Por meio da obra salvadora de Jesus, os estrangeiros, que não eram povo de Deus, agora também fazem parte deste mesmo povo. Fazem porque foram chamados e comprados com preço de sangue, derramado no madeiro.
3.5. O Sacerdocio passa a ser uma unção de acesso direto ao Pai Celestial, sem necessidades de intermediários humanos e amplia a visão de cuidado na comunidade de fé e serviço. Cremos que cada discípulo deve se tornar um discipulador, cada discipulador um multiplicador, cada casa um célula. Assim, chegaremos ao nosso alvo de plantarmos pelo menos uma célula em cada bairro de nossa cidade.
CONCLUSÃO
1. Nossa comunidade de fé e serviço busca um crescimento exponencial. Queremos ter uma rede com 300 células, contemplando todos os bairros de nossa cidade;
2. Sonhamos com 3.000 discipulos/as, crescendo de forma qualitativa, quantitativa e orgânica.
3. Uma comunidade como essa precisa de ser pastora, cuidadora uns dos outros (Isaías 41:6).