15 de Março
Leitura bíblica: Mateus 5.5 e Mateus 11.28-30
Acredito que muitos veem essa expressão “mansos” como uma característica relacionada à passividade, “lerdeza”, ou até fraqueza. Mas não é por aí. Certa vez, li uma definição bem interessante: “mansidão é a capacidade de dizer a coisa certa, do jeito certo, na hora certa, com a pessoa certa”.
Ou seja, é uma característica maravilhosa e muito importante. Vivemos tempos de intolerância, impaciência, conflitos, polarização… e a capacidade de dialogar com mansidão vai se tornando cada vez mais rara. A estratégia é usar da indiferença e fuga do conflito, ou a abordagem explosiva e violenta.
Queria destacar alguns princípios contidos no livro de Provérbios a respeito deste tema:
a) Quando nos relacionamos sem mansidão, geramos brigas e causamos feridas:
– Há palavras que ferem como espada, mas a língua dos sábios traz a cura (Provérbios 12.1).
– As palavras do tolo provocam briga, e a sua conversa atrai açoites (Provérbios 18.6).
b) A mansidão é o caminho para resolver o conflito sem despertar a ira do outro:
– A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira (Provérbios 15.1).
c) A mansidão é o caminho para acalmar a ira do outro:
– O homem irritável provoca dissensão, mas quem é paciente acalma a discussão (Provérbios 15.18).
d) A mansidão nos capacita a não apenas querer falar, mas também ouvir:
– Quem responde antes de ouvir comete insensatez e passa vergonha (Provérbios 18.13).
e) A mansidão nos capacita a ignorar certos insultos:
– O insensato revela de imediato o seu aborrecimento, mas o homem prudente ignora o insulto (Provérbios 12.16).
– O tolo dá vazão à sua ira, mas o sábio tem domínio (Provérbios 29.11).
f) A mansidão nem sempre é ignorar os insultos. O confronto também é uma opção:
– Quem fere por amor mostra lealdade, mas o inimigo multiplica beijos (Provérbios 27.6).
Jesus foi manso e humilde de coração. E a mansidão, além de uma bem-aventurança, é um dos frutos do Espírito. Que a gente busque isso para nossas vidas e nossos relacionamentos.
Pr. Marcelo Barros