LIÇÕES

Devocional 30-03

30 de Março

Leitura bíblica: Atos 1.8

Jesus redireciona os olhos dos discípulos para a ação missionária e dá-lhes um esboço geral da obra que deveriam fazer. Não lhes bastaria o poder do intelecto, da vontade ou da eloquência humana. Era preciso que o Espírito Santo agisse neles, dentro deles e através deles.

O poder que a Igreja recebe não é político, intelectual ou ministerial, mas um poder espiritual, pessoal e moral. A fonte desse poder é o Espirito Santo, e esse poder é dado para que a Igreja seja testemunha de Cristo até os confins da terra.

Testemunha é uma palavra chave no livro de Atos e aparece 29 vezes na forma de substantivo ou verbo. Uma testemunha é alguém que relata o que viu e ouviu. É alguém que está pronto a dar sua própria vida para testificar o que viu e ouviu.

Os discípulos eram testemunhas que tinham presenciado um fato glorioso, a ressurreição de Cristo, e essa notícia da exaltação de Jesus deveria ser anunciada até os confins da terra, ainda que para isso, a morte fosse o preço a ser pago.

Nós testemunhamos e nos dispomos, mas o reino de Deus, se dá através do poder.  O poder não é nosso; é o poder de Deus. Cristo dá aos que são Seus as chaves do reino, que serão usadas para ligar e desligar através da oração e obediência (Mt 16.19; 18.18-20). Mas, o poder das chaves permanece o poder de Deus e só pode ser usado mediante orientação e capacitação do Espírito.

Nossos melhores esforços, por si mesmos, não edificam nem fazem avançar o reino. Os esforços cristãos não são suficientes. Até mesmo os melhores empreendimentos dos que estão cheios do Espírito serão totalmente inadequados. Nada menos do que a orientação, capacitação e uso dos indivíduos cheios do Espírito, pelo Espírito Santo, pode estender o reino de Cristo em qualquer coração ou qualquer grupo. A extensão em que Deus pode usar a influência, testemunho e serviço de um povo santo é governada pela extensão em que Ele o capacita soberanamente e opera através dele.

Paulo lembrou a igreja de Tessalônica: “porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas sobretudo em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós, e por amor de vós” (1ª Ts 1.5). O apóstolo tinha profunda consciência de que o poder de Deus estava atuando.

Paulo sabia que a fé construída só sobre palavras, isto é, apenas a mensagem, pode ser tentada a vacilar. Esta é a razão de ele ter lembrado aos coríntios que tanto a sua mensagem como a sua maneira de falar “demonstravam” o poder do Espírito (1 Co 2.4), e, dessa forma, a fé que eles tinham podia apoiar-se nessa demonstração de poder que dava mais força ao conteúdo das suas palavras.

Este poder para Paulo era absoluto, tão característico do seu ministério, que ele estava disposto a pagar qualquer preço para que o poder de Cristo pudesse repousar nele. Era como se Paulo ficasse gritando para Deus: “Oh, mais do Seu poder sobre mim; oh, que mais do Seu poder se manifeste através de mim!”. Paulo já conhecia tanto o poder do Espírito que, para ele, este era o sinal de que se achava dentro da vontade de Deus. As visões e revelações não tinham tanta importância para ele. Foi com relutância que testemunhou a respeito desses tratos preciosos e secretos de Deus com ele (2 Co 12).

“Para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (2 Co 12.9) é o clamor do seu coração. Cristo prometera poder quando o Espírito Santo descesse sobre os discípulos (At 1.8). Paulo experimentara repetidamente esse poder. Ele se tornara uma característica do seu ministério. Deu testemunho dele várias vezes. Ele queria que esse poder “repousasse” sobre ele. A palavra grega significa “habitar, proteger”. Assim como Cristo veio e habitou entre nós durante a sua encarnação (Jo 1.14, onde é usada a mesma palavra grega), a maior ambição de Paulo no ministério é ter o poder de proteção de Cristo sobre ele. Ele quer viver dia a dia nessa atmosfera de poder.

A maioria dos comentaristas reconhece neste grito do coração uma referência à glória-Shekinahde Deus, que estava sobre a tenda no deserto, que entrou na tenda e cobriu a arca da aliança que ali se encontrava. Mais tarde, ela entrou no templo e “habitou” sobre a arca no Santo dos Santos. Da mesma maneira que a Shekinah cobriu a arca, Paulo queria que o poder de Cristo o cobrisse, o protegesse e repousasse continuamente sobre ele. Jesus lhe dissera que tal poder “se aperfeiçoa na fraqueza” (2ª Co 12.9). A fraqueza não cria poder. Mas a fraqueza nos impele ainda mais para Deus, a fonte de todo poder divino. Quando reconhecemos quão fracos e insuficientes somos, invocamos Deus, achegamo-nos a Deus e fazemos disto o grito constante do nosso coração.

Quando, mediante revelação, Paulo reconheceu que o seu espinho na carne (v.7), todas as outras oposições, perigos e sofrimentos durante os anos de serviço incansável para Cristo (2 Co 11.23-30) serviram para aproximá-lo mais de Deus e para fazê-lo depender constantemente de Deus, o apóstolo exclamou: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Co 12.10).

Deus tem uma nova dimensão de capacitação divina disponível para cada cristão, inclusive você. Deus está querendo provar-lhe que Ele está mais perto do que você pensa. Ele escolheu e guiou você para o Seu propósito. Deus quer fazer novas coisas através de você e do seu ministério. Que seu coração esteja em chamas para Deus.

No amor de Cristo,

Pra. Joseane Goese