LIÇÕES

Devocional 25-05

25 de Maio

Leitura bíblica: Atos 4.23-31

No dia 24 de maio, comemoramos a experiência de John Wesley do Coração Aquecido. Essa experiência não só marcou a vida de Wesley, como mudou completamente sua vida e, serve de testemunho para todo cristão.

John Wesley (1703-91), o evangelista do coração ardente, é alguém cujo ministério foi repetidamente caracterizado pelo poder do Espírito Santo. A história da sua conversão é bem conhecida. São frequentemente citados: o ambiente piedoso do seu lar na primeira infância, sua intenção através da juventude no sentido de disciplinar metodicamente o seu corpo para uma vida santa, sua promoção no Clube dos Santos em Oxford, sua experiência missionária de dois anos na América do Norte e sua profunda piedade, mas falta de certeza da salvação. 

A seguir, veio o seu novo nascimento, transformador de vida, em 24 de maio de 1738, quando este ministro profundamente dedicado encontrou Cristo durante a leitura de uma passagem de Martinho Lutero. Wesley contou que seu coração se sentiu “estranhamente aquecido”, e a partir desse dia ele se tornou o proclamador do glorioso testemunho do Espírito na salvação.

Durante 53 anos de um ministério incansável, Wesley chamou a si mesmo de “homem de um livro só” — a Bíblia. Ele escreveu, todavia, mais de 200 livros, editou uma revista, compilou dicionários em quatro línguas — tudo escrito a mão. Ele percorreu a Inglaterra a cavalo, num total de 250.000 milhas. Durante anos, fez uma média de 20 milhas diárias e muitas vezes andava 50 a 60 e até mais milhas por dia, parando para pregar ao longo do caminho. Ele pregou 40.000 sermões — raramente menos que dois por dia e às vezes sete, oito ou até mais.

Aos 83 anos, queixou-se de que não podia ler nem escrever mais de 15 horas por dia sem que os olhos doessem. Lamentou não poder pregar mais que duas vezes por dia, e confessou sua crescente tendência de permanecer na cama até às 5:30 da manhã. Aos 86 continuava levantando-se nessa hora para orar. 

Qual o segredo da sua tremenda energia ou, mais ainda, o segredo do selo continuado de Deus sobre o seu ministério? As anotações da sua agenda nos dias 3 e 15 de outubro de 1738 evidenciam os seus anseios por uma experiência mais profunda. Os historiadores apontam para uma ocasião, seis meses depois do seu novo nascimento. Leiam as palavras dele, escritas no diário: 

“Segunda-feira, 1º de janeiro de 1739. Os srs. Hall, Kinchin, Ingham, Whitefield, Hutchins e meu irmão Charles estiveram presentes à nossa festa de confraternização em Fetter Lane, com cerca de 60 de nossos irmãos. Às três da manhã aproximadamente, enquanto continuávamos em oração, o poder de Deus veio poderosamente sobre nós, a ponto de muitos clamarem por júbilo e outros tantos caírem no chão. Tão logo nos recobramos um pouco desse temor e surpresa com a presença de Sua majestade, falamos todos juntos: ‘Te louvamos, ó Deus, reconhecemos que Tu és o Senhor’.”

O relato nos faz lembrar, de certo modo, da experiência dos apóstolos em Atos 4.23-31. O derramamento do Espírito sobre essa reunião das várias sociedades metodistas parece ter sido um ponto crítico no ministério de Wesley. A partir de então ele pregou com extraordinária unção e poder, e essa pregação resultou em poderosa convicção de pecado no coração das multidões de pessoas. 

A partir dessa data, Wesley pregou com tanta autoridade e poder que milhares se renderam ao Senhor. Seus diários, que ele guardou fielmente no correr dos anos, contam a respeito de indivíduos tomados subitamente de profunda convicção de pecados dada pelo Espírito Santo. Os relatos nos fazem lembrar da experiência de Paulo, quando o poder de Deus o abateu na estrada para Damasco.

Sob a pregação de Wesley, as pessoas muitas vezes gritavam com grande angústia de alma, algumas caindo no chão sob o peso da mão de Deus enquanto se arrependiam. Dentro de minutos elas passavam a se rejubilar com a maravilhosa segurança de terem os seus pecados perdoados e uma profunda percepção da paz de Cristo. As pessoas viam os seus pecados como eles são aos olhos do nosso Deus santo e clamavam por livramento. Algumas eram acometidas de tremor diante da temível presença de Deus.

Não existe uma explicação humana para esses relatos da vida de Wesley, exceto a sua vida de oração e sensação repetida do poder de Deus. Não era nada fingido. Ele não buscava emoção ou uma demonstração externa. Deus simplesmente revestiu de poder seu ministério constante.E nós estamos preparados e desejosos de viver um ministério relevante como o de Wesley? 

Adaptado do livro: Em Chamas para Deus (Wesley L. Duewel). 

Pra. Joseane Goese