LIÇÕES

Devocional 27-05

27 de Maio

Leitura bíblica: Provérbios 16

O Clube Santo, formado por John Wesley e seus amigos no século XVIII, foi o ponto de partida para algo muito além do que imaginavam seus integrantes. Creio mesmo que nem John Wesley, Charles Wesley e nem mesmo George Whitefield tenham imaginado, desde o início das suas primeiras reuniões de oração no seu tempo estudantil, que tal agenda geraria um movimento transformador não apenas de uma igreja, mas também de toda uma sociedade.

Eles buscaram a santidade de todo seu coração, praticando os atos de piedade, aperfeiçoando-se no estudo da Palavra de Deus, ignorando todas as afrontas e apelidos pejorativos com os quais iam sendo coroados; como o próprio termo “clube santo” e, posteriormente, “metodistas”. Nenhum destes apelidos lhes foi imputado como elogio. Muito pelo contrário. Mas, tolos os que não sabiam o que faziam, pois ao tentar de todas as formas ridicularizar o esforço da busca pela santidade daqueles poucos homens, seus algozes ressaltaram a intensidade desta busca. 

Fato é que, ao consagrarem suas vidas na perspectiva proposta pelas reuniões do Clube Santo, os Wesley, Whitefield e os demais membros que iam sendo agregados, tornaram-se instrumentos vivos nas mãos de Deus, tendo sido usados pelo Senhor no que era plano dEle (Deus) e não deles (homens).Penso estar aí uma chave de leitura importante sobre a história dos primórdios do metodismo, a fim de se pensar o propósito de nossa prática de fé nos dias de hoje. Obviamente, devemos planejar nossas ações e estruturar nossos pensamentos objetivando o fim proveitoso de nossas obras. A Bíblia está repleta de textos que nos direcionam neste princípio, embora me venha em mente um dos mais simples neste momento: “O homem pode fazer planos, mas a resposta certa vem dos lábios do Senhor” (Provérbios 16). 

Ora, quais “projetos específicos” Jesus tinha em sua mente ao reunir-se periodicamente com seus discípulos, noite após noite, em ceias que se estendiam até tantas horas? Sei que alguns vão dizer que era o princípio do movimento de discipulado que ali estava sendo implantado.Mas, eu prefiro acreditar que era uma reunião de amigos, de irmãos, os quais, liderados pelo seu mestre e melhor amigo, iam aprendendo da Palavra de Deus, sendo edificados, consagrados e, durante este processo, tanto o mestre como os discípulos tinham um prazer tão grande e crescente que, no lugar de “planejar” um feito, satisfaziam-se em “curtir” aquele momento singular da história da humanidade: os três anos de duração do ministério de Jesus junto aos seus discípulos. 

Afinal de contas, o plano realmente não era dos doze, e sim do Senhor Deus Pai. E, era um mistério ainda não totalmente revelado até aquele instante. Inclusive, vale ressaltar que o único dos doze que tinha um plano específico e “bem definido” em sua mente naquele momento era Judas.E, lembremos de que não era um bom plano, e deu muito errado para ele e seu partido político, os Sicários. 

Portanto, à luz dos primórdios do Clube Santo, a exemplo das reuniões cotidianas de Jesus com seus doze, penso que a Igreja do Senhor deva cultivar as reuniões devocionais em pequenos grupos íntimos, nem sempre objetivando um “plano maior”, apenas buscando a santidade de todo o coração. Aperfeiçoando-se no estudo da Palavra; cultivando a verdadeira amizade através das orações mútuas e admoestações quando necessário; celebrando o amor de Deus que é eterno e fiel. 

Creio que, trilhando este caminho, todos os planos de Deus se farão realizar, e caso aprouve ao Senhor utilizar para tais planos instrumentos vivos e preparados, Ele interpretará os esforços destes crentes como um “Eis-me aqui!”.

Pr. Marcos Ferreira