10 de Junho
Leitura bíblica: Atos 2.1-8
Avivamento. Ato de se avivar, de se tornar mais vivo, mais ativo, mais intenso, despertado e nítido. Portanto, avivamento é sim algo transcendental, espiritual, celestial… Porém, o Avivamento é o caminho pelo qual o filho de Deus é capacitado com as ferramentas necessárias para prosseguir com a obra, fazê-la de forma mais perto da perfeição. “[…] estava morto e reviveu […]” (Lucas 15.24). A parábola do filho pródigo fala de um homem que saiu da casa de seu pai prematuramente, perdeu toda sua herança e, ao retornar, tem uma segunda chance através do perdão concedido pelo pai: recebe nova herança; nova oportunidade; novas ferramentas.
Um crente que não é avivado não é um crente em pecado, condenado ao inferno. Nada disto. Mas, é um crente que carece das ferramentas para prosseguir com a obra de Deus na medida em que o Senhor planejou para este crente. Quando escrevo aqui sobre avivamento, não me refiro aos estilos de ser das várias igrejas, ou suas classificações, como: pentecostais; neopentecostais; tradicionais; de missão; etc. Falo do verdadeiro avivamento.
Eis a hermenêutica que proponho: o filho pródigo é um crente; portanto filho de Deus que, ao ter levado uma vida de desperdícios (pecado), ao sair da casa do seu pai, nem por isto perde a condição de filho. Enquanto isso, o filho que permaneceu na casa do mesmo pai e não cometeu os mesmos pecados que seu irmão, não teve a capacidade de perdoar ou compreender o perdão conferido pelo pai. Por quê? Porque o filho que permaneceu na casa do pai, embora igualmente filho (crente), não era avivado pelo Espírito Santo de Deus. Não se permitiu receber as ferramentas, a capacitação, exclusivas do Espírito Santo. Portanto, ele permanece na casa, permanece com o pai, mas tem dificuldades com a comunhão, não consegue “ganhar” o irmão. Tem dificuldade de frutificar.
Avivamento, portanto, não é bater palmas, dar pulinhos, nem mesmo exercer dons espirituais, como o próprio dom de línguas derramado em Atos 2. Embora, crentes avivados tenham o hábito de imprimir estas manifestações. Isto porque o avivamento promove estas manifestações, mas as manifestações não são o avivamento. Este “tornar-se mais vivo” é algo muito maior: se morte é pranto e desolação, vida é alegria e esperança. Se morte é escuridão e medo, vida são cores nítidas e coragem sem limites. Se morte é algo indesejável e até inominável, vida é celebração e gozo. Aquele que se torna ainda mais vivo avivado pelo Espírito, recebe os dons, as ferramentas, e junto com isto uma enorme vontade de usá-las. Como uma criança que ganha uma bola no Natal e corre para a rua para jogar com seus amigos, aquele que é avivado pelo Espírito sente-se impelido a reunir-se com seus irmãos e celebrar constantemente este avivamento. Isto gera frutos, em um processo que se repete e se repete. Havendo mais derramamento do Espírito, outros irmãos são também avivados; tudo isto em um processo contínuo, e a obra de Deus vai sendo executada dia após dia, com alegria, amor, paixão, perfeição.
O povo chamado metodista é um povo que nasce de uma experiência histórica de avivamento. É nossa herança, mas não nosso passado, pois o avivamento não ocorre uma única vez na história, não! De tempos em tempos, no tempo do Senhor, somos revisitados por este vento impetuoso, e quando este sopra, somos mais uma vez agraciados pela unção dobrada do Espírito. Aleluia!
Pr. Marcos Ferreira