LIÇÕES

Devocional 13-10

13 de Outubro

Leitura bíblica: Salmos 42

O salmo trata de uma súplica de um israelita piedoso que se encontra exilado num ambiente hostil e longe do templo de Jerusalém. Ainda que este salmo seja atribuído aos filhos de Corá ou Coré, família de músicos de Israel, e Davi não seja mencionado como autor, as marcas de seu estilo e experiência em todas as letras é muito davídico.

O Salmo traz o clamor de alguém que fora tirado dos ritos externos e da adoração a Deus, suspirando pela tão amada Casa do seu Deus; e, ao mesmo tempo, é a voz do cristão que está passando por um abatimento, mas desejoso pelo renovo da presença de Deus em sua vida. Numa batalha árdua com seus medos, dúvidas, mas mantendo firme a sua fé.

O desenvolvimento deste poema ou cântico é o seguinte: a) descrição do anseio do salmista pela presença de Deus (42. 1-4); b) descrição do temor do salmista de que Deus não se lembrasse mais dele. O salmista estava excluído da adoração pública, e isso gerava tristeza em seu coração. A necessidade urgente da sua alma era desfrutar da comunhão com Deus, assim como a corça necessita da água. Sem o Senhor, o seu coração se agita e toda a sua estrutura estremece.

O salmista tinha sede espiritual por Deus. O fato de estar separado da congregação de louvor o fazia se sentir distante da presença de Deus e do seu povo. Ele desejava a intimidade com Deus novamente. No Antigo Testamento, só havia um lugar onde adorar o Senhor verdadeiramente – o Templo de Jerusalém. O salmista lembrava da expulsão da presença de Deus e dos triunfos dos seus inimigos. Isso gerava tristeza dentro dele tristeza, porque o seu desejo era desfrutar das festas solenes santificadas ao Senhor. Estava cheio de saudades de adorar ao Senhor no templo junto com a multidão, com muita alegria.

Então, o salmista sonda a si mesmo com este questionamento: “por que está abatida, ó minha alma?”. Repreende e investiga seu próprio coração mas, ao mesmo tempo, lembra de que um dia irá gozar da presença de Deus novamente. Ele tem esperança no Senhor, e faria a sua adoração em forma de palavras e canções em meio à congregação.

O salmista traz na memória a misericórdia, o poder e a fidelidade do Senhor. Referindo-se à terra prometida, da qual o povo foi um dia exilado (Sl 42.6). Ele compara o estado da sua alma submersa a um mar de aflições; “todas as tuas ondas e as tuas vagas têm passado sobre mim”. Creio que tamanha era sua angustia a ponto de fazer essa comparação (Sl 42.7). Ele diz que tudo isso estava acontecendo com ele, mas também que “o senhor, durante o dia me concede a sua misericórdia” (Sl 42.8). O Senhor reserva misericórdia para seus escolhidos. Ele diz que “[…] a noite está comigo o Seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida”. Ele orava ao Senhor por libertação da dificuldade que estava enfrentando e ao receber a resposta permanecia em confiança no Senhor.

E continua fazendo perguntas, mas expressando a sua fé. “Por que te esqueceste de mim?” Mas, ele declara que o Senhor é sua Rocha, seu protetor e alicerce. O salmista relata os insultos dos seus inimigos, questionando em todo momento “o teu Deus, onde está?”. O salmista fazia das perseguições dos inimigos suas súplicas ao Senhor. E, então, decide em seu coração, em meio às circunstâncias difíceis: “o que me compete fazer é esperar no Senhor”. “A esperança é como o sol que, ao caminharmos em direção a ele, lança a sombra de nosso fardo para trás” (Samuel Smiles).

O salmista termina dizendo: “por que está abatida, ó minha alma? Por que se perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxilio e Deus meu”. Declaração de total confiança de que a salvação viria do Senhor. Seja essa nossa atitude diante de Deus, atitude de plena confiança, independente do que estamos passando ou vivendo. “Espera em Deus, pois ainda O louvará, Ele é teu auxilio e Teu Deus.” Amém.

Pra. Rosemary Barbosa