LIÇÕES

Devocional 24-02

24 de Fevereiro

Leitura bíblica: 2ª Timóteo 1.9

Paulo quer manter Timóteo fiel à fé. Assim o apóstolo lembra-o que é a excelente doutrina da graça de Deus que rege a salvação do homem. No nosso texto, o apóstolo Paulo apresenta um resumo do evangelho. Ele mostra o destaque dado à graça de Deus, a fim de ajudar Timóteo a ser corajoso em seu testemunho por Cristo.

O apóstolo expõe sua doutrina nas palavras do nosso texto. Paulo declara que Deus é o autor da salvação: “quem nos salvou, e chamou”. Ele claramente confirma o ensinamento de Jonas de que “… do Senhor vem a salvação” (Jn 2.9). Salvação pelo homem não se encontra no nosso texto. O fato de que a salvação é inteiramente do Senhor é muito claro neste texto.

O apóstolo refere-se a todas as pessoas da Trindade. O Pai nos salvou. Deus Pai planejou o caminho da salvação. O pensamento que Cristo deveria sofrer como cabeça federal de Seu povo veio do coração do Pai. Esta mesma verdade é ensinada em outras passagens das Escrituras — I João 5.11, Efésios 1.3-6 e João 16.27.

Além disso, a dádiva de Cristo, o único Filho de Deus, veio do coração compassivo de Deus. Veja João 3.16. Deus, o Pai, escolheu pessoas que seriam redimidas. Elas são “chamadas por Seu decreto” (Rm 8.28). Portanto, o plano de salvação veio da sabedoria e graça de Deus, o Pai.

O apóstolo não esquece da obra de Cristo, o Filho. Somos salvos através do Filho de Deus. Porventura não é Seu nome Jesus, que significa Salvador? O Filho de Deus nasceu no mundo como homem. Ele viveu uma vida perfeita. Demonstrou na Sua vida a retidão, com a qual o Seu povo se reveste. Por causa da morte cruel de Cristo na cruz, o pecador pode ser limpo de seu pecado. O povo de Deus é aceito por meio da vida perfeita e da morte expiatória de Cristo Jesus. Diante do trono eterno o povo de Deus irá cantar: “[…] Àquele que nos ama, e em Seu sangue nos lavou dos nossos pecados… a Ele glória e poder para todo o sempre. Amém” (Ap 1.5-6).

O apóstolo nos lembra da obra do Espírito Santo, a terceira pessoa na Trindade. O Espírito Santo nos capacita a entender o evangelho. A mente humana por natureza não entende as coisas de Deus. O Espírito Santo influi na nossa vontade. Ele nos tira da nossa condição de rebeldia e ajuda-nos a obedecer à verdade. Acaso não é o Espírito Santo que nos renova? “… criados em Cristo Jesus para as boas obras…” (Ef 2.10). Não é o Espírito Santo que nos ensina e nos conforta? O Pai planeja, o Filho redime, o Espírito Santo aplica esta redenção aos nossos corações e nós nascemos de novo. Portanto, o Pai, o Filho e o Espírito devem ser referidos como o Deus “que nos salvou”.

Dizer que nós nos salvamos a nós mesmos é ridículo. Na Bíblia, somos chamados de “templo santo no Senhor” (Ef 2.21). O templo não construiu-se a si mesmo. Cremos que Deus, o Pai, foi o arquiteto do templo. Ele planejou, Ele forneceu os materiais de construção e Ele terminará a obra. Não haveria necessidade alguma de um redentor se pudéssemos salvar a nós mesmos. Mas éramos escravos de Satanás e não tínhamos como por nós mesmos quebrar o poder do pecado que nos aprisionava. Poderia o rebanho de Deus, o qual Cristo tomou das garras do leão, ter se libertado a si mesmo? Não, não podemos acreditar que Cristo veio para fazer o que os pecadores podiam fazer por si mesmos. Podem os mortos por si mesmos se fazerem vivos? Quem pode dizer que Lázaro, morto no túmulo, veio à vida por ele mesmo? Ainda que Lázaro pudesse se ressuscitar dentre os mortos nem assim creríamos que os mortos em pecado pudessem se fazer vivos!

Pecadores salvos pela graça de Deus, tornam-se novas criaturas em Cristo. Como poderia a criação ter feito a si mesma? Se temos uma nova criação, deve ter existido um criador. E, do ponto de vista espiritual, regeneração é obra inteiramente de Deus, o Espírito Santo. Ninguém ajuda o Espírito Santo na Sua obra de regeneração. A renovação da alma é operação dEle. Nós adoramos o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Reconhecemos que se somos salvos, é porque fomos salvos exclusivamente por Deus. A Deus seja toda a glória!

Charles Haddon Spurgeon – Adaptado