5 de Março
O que essa doce oração me ensina? Deve ser minha súplica da noite. O texto me informa, antes de tudo, que Davi tinha suas dúvidas. Se não, por que ele deveria orar: “Dize à minh’alma: Eu sou a tua salvação”, caso não experimentasse dúvidas e medos?
Deixe-me então ter bom ânimo, pois não sou o único santo que se lamentou da fraqueza da fé. Se este rei duvidou, não preciso concluir que não sou cristão só porque tenho dúvidas. O texto me lembra de que Davi não estava feliz enquanto tinha dúvidas e medos, mas que seguia logo para a oração para pedir por certeza, pois a valorizava como ouro fino. Eu também devo trabalhar por um sentido permanente da minha aceitação no Amado, e não devo ter nenhuma alegria enquanto Seu amor não for derramado sobre a minha alma. Quando meu Noivo se for sem mim, minha alma precisa e vai jejuar.
Aprendi também que Davi sabia onde obter total segurança. Ele ia ao seu Deus em oração, clamando: “dize à minha alma: Eu sou a tua salvação”. Preciso investir muito tempo a sós com Deus se quiser ter uma percepção clara do amor de Jesus. Se minhas orações cessarem, meus olhos da fé ficarão mais turvos. Muita oração, muito do céu. Se eu for lento para orar, serei lento em progredir. Percebi que Davi não ficaria satisfeito a menos que sua segurança tivesse uma fonte divina.
Nada menos que um testemunho divino na alma contentará o verdadeiro cristão. Além disso, Davi não poderia descansar a menos que sua segurança tivesse uma personalidade vívida. “Dize à minha alma: ‘Eu sou a tua salvação’”.
Senhor, ainda que tu digas isso a todos os santos, se eu não o ouvir, será nada para mim. Senhor, eu pequei; não mereço o Teu sorriso; mas ouso pedi-Lo; mas ah! Dize à minha alma: “Eu sou a tua salvação”! Permita-me ter uma compreensão presente, pessoal, infalível e indiscutível de que sou Teu, e que Tu és meu. Amém!
Charles Haddon Spurgeon
[Adaptado de: Dia a dia com Spurgeon – manhã e noite: devocionais diárias. Trad. Elisa Tisserant de Castro, Sandra Pina. Curitiba (PR): Publicações Pão Diário. 2ª Ed., 2017, p. 141].