LIÇÕES

Devocional 30-05

30 de Maio

Leitura bíblica: Êxodo 12.1-14

A expressão usada na Bíblia para se referir à Páscoa significa “passagem”.  Nesse texto que lemos, é instituída a primeira festa ou celebração ou ritual do antigo calendário bíblico. Também conseguimos perceber o quanto todos os passos do ritual se voltam à vítima do sacrifício (o cordeiro pascal).

O significado da Páscoa vai além de uma simples “passagem”. Quer dizer “passar por cima”, ou “saltar por cima” de algo. Naquele momento, os hebreus estavam “passando por cima” da escravidão e indo para sua liberdade. Saindo do cativeiro e indo para o lugar onde Deus lhes daria uma terra boa, prometia a eles. Estavam saindo do domínio do inimigo para estarem no domínio do Deus Todo Poderoso. Estavam atravessando uma fase da vida que deveria ser totalmente deixada para trás, rumo a uma vida completamente diferente.

Em textos mais adiante, no próprio livro de Êxodo, podemos perceber que o povo não deixou o passado para trás da forma como deveriam. Nos momentos de dificuldade, nos momentos de provação, nos momentos de angústia, duvidaram do poder do Senhor nas suas vidas. Murmuraram constantemente contra Deus, contra seu líder Moisés, contra todas as promessas e palavras, alegando algumas vezes saudades do tempo do Egito, ou declarando, ilusoriamente, o quanto sua vida no Egito era melhor do que sua vida ali no deserto.

Logo após a primeira Páscoa, os hebreus passaram, atravessaram, saltaram à liberdade. Mas, a maior prova de fé em que foram colocados foi o deserto. A liberdade veio, mas antes de chegar à terra que mana leite e mel, precisaram atravessar, também, o deserto.

Talvez por isso, antes de adentrar ao deserto, o Senhor tenha lhes entregado a Páscoa. Um memorial, também, da passagem do Anjo do Senhor pelo Egito, livrando-os da mão dos inimigos através da aspersão do sangue do cordeiro pascoal sobre os umbrais das portas das casas.

A Páscoa foi, antes de tudo, instituída em FAMÍLIA. Era determinado que houvesse “um cordeiro para família”. E se “a família for pequena para um cordeiro, então o chefe da família convidará o seu vizinho mais próximo, conforme o número de pessoas. Conforme o que cada um puder comer, por aí vocês calcularão quantos são necessários para o cordeiro” (v. 3b-4).

Portanto, até aqui, identificamos duas características muito importantes na instituição da Páscoa:

1. Ser um memorial – Todo memorial serve para LEMBRAR de algum acontecimento. Os hebreus deveriam celebrar a Páscoa para sempre lembrar do seu período de opressão e angústia, do qual o Senhor os havia libertado pela força do Seu Poder. Deviam lembrar disso para que, em novos momentos de angústia e dificuldade, lembrassem que o mesmo Deus que os livrara de tal opressão, os livraria de quaisquer outras aflições.

2. Promover a comunhão entre a família e o próximo – A celebração era uma festa marcada especialmente pelo cordeiro, que deveria ser comido em família que, se fosse muito pequena para comer um cordeiro inteiro, deveria compartilhar da mesa com seus vizinhos mais próximos.

A ideia era a de que, celebrando a libertação do Senhor, o cordeiro fosse compartilhado com seu próximo. Em última instância, sabemos o quanto isso nos aponta para Jesus. A centralidade desta celebração está no sacrifício do Cordeiro Perfeito, que nos libertou e nos salvou da morte eterna pelo Seu Sangue remido na cruz!

Gabriela Ferreira