14 de Outubro
Leitura bíblica: Mateus 26.6-13
Encontramos a mesma história relatada em Marcos 14.3-9 e em João 12.1-8. Estando em casa de Simão, o leproso, Cristo foi homenageado por uma mulher que derramou sobre ele todo o nardo contido em um vaso de alabastro. Toda a casa se encheu daquele perfume maravilhoso, atraindo a atenção de todos os presentes, inclusive dos discípulos, que disseram: “que desperdício! Poder-se-ia vender este perfume e dar o dinheiro aos pobres”. Ao que Cristo respondeu: “aos pobres, sempre tendes convosco, mas a mim, nem sempre tereis” (Mateus 26). Este episódio de rara beleza nos impressiona e ensina. O ato daquela mulher surpreendeu a todos e até hoje surpreende. Esta mulher é identificada como Maria de Betânia (João 12.1-8). Jesus disse que onde o Evangelho fosse pregado, aquela ação seria mencionada. Aquela mulher foi extravagante na sua adoração.
Ser extravagante é ser exagerado, fora do comum, que se destaca por ser incomum. É por isso que temos personalidades diferentes para poder adorar a Deus com nossa marca registrada, nossa singularidade. Naquele tempo, era comum às jovens fazerem suas economias para comprarem o nardo, um perfume muito caro (custava cerca de 300 denários, valor equivalente a um ano de salário). A essência ia sendo juntada em um vaso, a fim de ser utilizada na noite de núpcias. Pensando nesses detalhes, notamos o quanto era importante aquele vaso de perfume para sua possuidora. Representava suas economias, talvez até realizadas com sacrifício. Simbolizada, também, seus sonhos, seus ideais referentes ao matrimônio e à família.
Quanto valor colocado e representado por um vaso de perfume! O que Maria fez? Derramou todo aquele perfume sobre Cristo. Isso foi mais do que uma homenagem, foi uma adoração extravagante. É como se ela dissesse: “Senhor, eu entrego a Ti tudo o que sou. Eu entrego o melhor que possuo, meus sonhos, meus desejos, meus ideais, meus planos e objetivos”. Foi um ato de dedicação absoluta.
Notamos que ela não derramou um outro líquido que pudesse ser mais barato e conseguido com mais facilidade, como água, por exemplo. Aquela mulher deu o que ela possuía de mais precioso. Isso nos ensina a dar o melhor para Deus, fazer o melhor para Ele, mesmo que nos custe um preço alto.
O ato de “adorar” nos traz três lições:
Dedicação exclusiva – tendo derramado todo o perfume sobre Jesus, Maria não poderia mais prestar essa homenagem à outra pessoa. Tendo o compromisso que temos com Cristo, não podemos tê-lo apenas como um ídolo. Nada resta do nosso perfume que possa ser dado a outro deus.
Dedicação sem reservas – a mulher não guardou um pouco do perfume para si mesma. Não haverá nenhuma área da nossa vida que não esteja sob o domínio do Senhor. Somos dele por completo.
Dedicação sem retorno – uma vez derramado, o perfume não podia ser retomado ou recuperado. Não vamos, amanhã ou depois, pedir ao Senhor que nos devolva o que lhe entregamos. Não vamos desistir da nossa aliança com ele. Se derramamos nossa alma diante do Senhor não vamos tomá-la de volta. Assim deve ser nossa dedicação ao Senhor. Entreguemo-nos completa e definitivamente.
Aquele aroma maravilhoso se propagou pela casa e atingiu a todos. Assim é o efeito do testemunho silencioso de uma vida derramada na presença de Deus. Mesmo os que quiserem ignorá-la, não poderão. Diante daquele exemplo de desprendimento, alguns disseram: “que desperdício!”. Essas palavras poderão ser ouvidas ainda hoje por aqueles/as que se dedicam ao Senhor. Alguém poderá dizer que estamos desperdiçando nosso tempo, nosso dinheiro, nossa juventude, nossa vida, etc.. Entretanto, nossa dedicação a Deus não é desperdício, é investimento.
O que nós estamos dando ao Senhor? Como estamos trabalhando pelo Seu reino? Temos adorado a Deus com o nosso máximo?
Pra. Joseane Goese