5 de Julho
Leitura bíblica: Gênesis 2.7-9; Mateus 26.37-46.
O amor de Deus se demonstra no fato de Ele ter nos criado, mesmo sem precisar de nós. Mesmo sem precisar ser nosso amigo, Ele escolheu se relacionar conosco. Mesmo sabendo que cederíamos ao pecado, que o Seu Filho teria que vir ao mundo para se entregar por nós, morrer uma morte de cruz e ressuscitar ao terceiro dia, Ele ESCOLHEU nos criar e nos amar, mesmo sem precisar de nós para absolutamente nada. Este é o verdadeiro amor incondicional.
Podemos pensar que, quando o homem e a mulher pecaram, Deus precisou reelaborar seu plano de relacionamento conosco. Como se o pecado fosse uma falha no percurso do plano de Deus, que exigido a elaboração de um “plano B”, já que o homem e a mulher haviam pecado. Porém, sabemos que Deus nunca falhou, não falha e nunca falhará. Por isso, Ele não precisa de um “plano B” pois Seus planos nunca podem ser frustrados. Portanto, não houve um só momento em que Ele perdeu o controle. Mesmo sabendo da escolha do ser humano, o Senhor ESCOLHEU continuar com o plano de redenção e salvação concretizado através da morte e ressurreição de Jesus.
Em paralelo a isso, podemos ver como o texto de Jesus no lugar chamado Getsêmani (Mateus 26.37-46) relata que foi em um jardim onde Jesus orou ao Pai da forma mais pessoal que alguém poderia orar a Deus. Foi ali que a Sua alma se angustiou “até a morte”, a ponto de suar sangue, como narra a palavra. Foi neste lugar, no Jardim, no secreto que Jesus se expôs totalmente ao Pai, chegando até mesmo a pedir que, se fosse possível, se passasse adiante Dele aquele cálice.
Logo, percebemos que, se, em um jardim, o ser humano escolheu obedecer a sua própria vontade, que o levou a pecar, então, em outro jardim, outro ser humano, despido de Sua glória e majestade, escolheu não fazer a Sua própria vontade, para que pudéssemos ter vida e vida em abundância. Aleluia! Em um jardim, o homem escolheu errado e se afastou de Deus. No outro, o segundo Adão, perfeito, decidiu pelo caminho da morte, e morte de cruz, para nos salvar.
Um jardim, por definição, é um espaço planejado, normalmente ao ar livre, para a exibição, cultivo e apreciação de plantas e flores, geralmente fechado. Ou seja, não é um lugar onde qualquer um possa sair entrando sem ter a permissão do DONO do jardim. E, Deus escolheu compartilhar Seu jardim com o homem. Mas, apenas aqueles que têm um relacionamento próximo com o dono do jardim podem entrar. É um lugar onde se compartilham intimidades, pessoalidades, trocas e conversas. Todos os dias, o Senhor aparecia no jardim e encontrava-se com o Homem. Era o momento de encontro com Deus e desfrute da Criação.
Já em Cantares 4.12, lemos: “Você é um jardim fechado, minha irmã, minha noiva; você é uma nascente fechada, uma fonte selada” (NTLH). O jardim, no livro de Cantares, aparece algumas vezes como o lugar de encontro do Amado e da amada. Nós, como Noiva de Cristo, somos esse Jardim fechado, porque pertencemos ao nosso Noivo. Se nós mesmos somos o jardim fechado, isso aponta para a realidade de que a nossa intimidade com Deus não acontece mais em um lugar exterior, como no Jardim do Éden, mas sim dentro de nós, como Jesus diz à mulher samaritana: “Em espírito e em verdade”.
Então, se fizermos de nós mesmos um jardim fechado, regado e cuidado pelo Espírito de Deus, então passamos a permitir que Deus seja o nosso jardineiro: damos permissão para Ele cuidar do nosso coração, podar aquilo que precisa ser podado, habitar e reinar dentro de nós.
Então, que venhamos, a cada dia, nutrir nosso jardim com a Palavra, com a oração e com o relacionamento com Cristo, nosso amigo e jardineiro do nosso coração. Permita que o Espírito Santo o regue todos os dias, para desfrutar do amor do Amado!
Gabriela Ferreira | Líder da Célula Move