1º de Agosto
Leitura bíblica: Atos 20.7-12
Você conhece a história de Êutico? Aprendemos com ele três lições importantes a respeito de devoção, dedicação e discipulado. O texto conta que o apóstolo Paulo, já tarde da noite, estendeu seu discurso para aproveitar a oportunidade entre os irmãos. Era o primeiro dia da semana, como um culto de domingo. O jovem Êutico parecia não estar muito a fim de prestar atenção, porque mesmo com bastante iluminação no local (verso 8), ele decidiu sentar justo na janela. A oportunidade era de luz e segurança, mas ele preferiu o risco do perigo. Essa posição nos revela desinteresse, cansaço, apatia ou distração. Tudo isso é o contrário de devoção. A partir do momento que saímos de perto da luz, da comunhão com Deus e com o Corpo, perdemos o interesse, e aos poucos, sem perceber, estamos prestes a cair. Essa é a primeira lição: onde estamos posicionados? Onde estamos quando Deus está falando conosco?
A devoção revela a sede de Deus e nos reposiciona. Se paramos de ter uma vida de intimidade, baseada na luz, bem perto do Pai e dos irmãos, a nossa dedicação só piora, porque a devoção requer zelo. Se nos falta dedicação, o sono espiritual toma conta. Assim aconteceu com Êutico, foi vencido pelo sono. A questão aqui não é só o sono, mas a posição que o desencadeia. A janela para Êutico também significava um lugar de descanso fora da luz, mas Deus tem para nós um lugar seguro. Quando a noite vier, não procure o lugar mais fácil e sim o mais seguro. Essa é a segunda lição: quando houver lutas, tribulações, apatia e cansaço, não se afaste da comunhão; dedique-se ao Senhor. É na presença dEle que somos renovados.
A terceira lição está no final da história. Se formos vencidos pelo sono espiritual, não há outra consequência senão a morte. Êutico despencou do terceiro andar, foi encontrado morto, mas ganhou vida através do abraço de Paulo. Isso significa que somente um coração em chamas, cheio de devoção, é capaz de ressuscitar um coração morto. Isto é o discipulado: o abraço que transfere vida, opera milagres e restaura a comunhão da Igreja. Aprendemos, portanto, que o nosso papel individual é vigiar o nosso coração, ver onde estamos posicionados, se é no perigo da frieza que o distanciamento provoca ou na presença da luz de Cristo junto com os irmãos. Como corpo de Cristo precisamos ter um coração aquecido por meio do discipulado, pois, somente uma igreja de relacionamentos traz mortos à vida. Quando vier a noite, fique bem perto da luz e seja um incendiário dos corações por meio do discipulado!
Cláudia Araújo | Seminarista