26 de Janeiro
Leitura bíblica: Lucas 24.13-35
A história dos dois discípulos a caminho de Emaús é uma das últimas narrativas do evangelho de Lucas. Jesus havia sido crucificado na sexta-feira e já havia se passado 3 dias desde a sua morte. Ele então ressuscita, e se encontra com aqueles dois homens que estavam conversando enquanto caminhavam.
Durante a jornada, os discípulos conversavam sobre os últimos acontecimentos ocorridos na cidade: a prisão, o julgamento e a crucificação de Jesus. Enquanto falavam, Jesus se aproximou e seguiu com eles, mas seus olhos estavam fechados para reconhecerem a Cristo. Muitas vezes, caminhamos como se a morte tivesse a última palavra e como se Jesus não tivesse ressuscitado. Embora Jesus esteja perto, não percebemos.
Os discípulos estavam indo para Emaús, sendo que deveriam permanecer em Jerusalém. Emaús significa “fontes de águas quentes”. Jerusalém significa “lugar de paz”. Isso significa que eles estavam trocando Jesus que é a verdadeira fonte de água viva (João 4.13-14) por outra fonte. Eles estavam saindo do lugar de paz porque não creram na promessa de que Jesus ressuscitaria. Nós muitas vezes agimos da mesma forma. Estamos tão próximos do caminho certo, mas não estamos no caminho certo. Abandonamos o lugar onde deveríamos aguardar o cumprimento da promessa e trilhamos outro caminho simplesmente porque não cremos.
Jesus caminhava com eles, mas seus olhos estavam impedidos de enxergá-lo. Jesus pergunta sobre o teor da conversa pelo caminho e a preocupação, e eles pararam entristecidos. Sem a verdade da ressurreição, nossa vida será marcada de tristeza e dor. Eles estavam tristes, quando deveriam estar exultando de alegria. Quantas vezes nossa vida é uma via sacra de lamento, dor e tristeza, porque não tomamos posse do poder da ressurreição?
Jesus revelou-se pelas escrituras. “Examinai as escrituras, porque são elas que testificam de mim.” (Jo 5.39). Quando reconhecemos em nosso caminho que Jesus está
vivo, não há mais espaço para a preocupação, desesperança e incredulidade. Caminhando com Jesus, os discípulos sentiram o coração arder. Cresceu dentro deles uma atitude de acolhida: “Fica conosco! Cai a tarde e o dia já declina” (24.29). Foi só então que a partilha aconteceu. Partilha de vida, de oração e de pão. Partilha que abriu os olhos e provocou a mais importante descoberta da fé: ele está vivo, no meio de nós! (24.30-31). Essa descoberta lhes deu forças para voltar a Jerusalém, mesmo de noite. Tinham pressa de partilhar com os outros a descoberta que os fez renascer e ter coragem para enfrentar o poder da morte. Sim, Jesus era de fato o vencedor do caos e da morte!
Essa experiência fez os discípulos renascerem para uma nova esperança. Ao redor de Jesus vivo, eles se uniram de novo e assumiram o projeto de vida para todos. A esperança é como um motor que leva a acreditar nos outros e a viver práticas de fé. Com a esperança renovada, aquilo que parecia uma total impossibilidade passou a ter um novo significado para eles. Perderam o medo, superaram a experiência de incapacidade e de impotência. Deixaram de lado o negativismo derrotista e voltaram, em plena noite, como se fosse de dia. Voltaram para recomeçar, para reconstruir a comunidade, expressão, sinal e sacramento da presença de Jesus Ressuscitado.
A ressurreição de Jesus abriu os olhos, aqueceu o coração, apressou os pés e descerrou os lábios dos discípulos de Emaús. E em você, que tipo de impacto a ressurreição tem provocado? Como você tem caminhado pela vida? Você tem se encontrado com o Cristo ressurreto? O Senhor nos encontra nas angústias da nossa caminhada. O Senhor nos encontra na exposição da Palavra de Deus. O Senhor nos encontra no partir do pão. Ele abre nossos olhos, nossa mente, nosso coração e nossos lábios.
Pra. Joseane Goese