4 de Novembro
Leitura bíblica: Jeremias 31.23-28
Você conhece o filme “Divertidamente”? A trama retrata o que se passa na cabeça de uma adolescente de 11 anos, mostrando como algumas fatalidades deixaram uma enorme ferida em sua alma, capaz de desestabilizar físico, emocional, psicológico, relação familiar, estudos, entre muitos outros aspectos de sua vida. Assim como nessa história, muitos de nós podemos carregar recordações dolorosas. Alguns optam por nem falar a respeito desses assuntos.
Posso dizer que fui um desses. Aos 6 anos, perdi minha irmã caçula. Essa fatalidade deixou enormes feridas; meus pais entraram em um processo doloroso de luto que perdurou por meses. O inimigo viu nessa tragédia uma oportunidade para atacar a minha mente. Dizendo, constantemente, que eu não era o suficiente para os meus familiares e que não era amado; que deveria guardar minhas inquietações para mim, pois, meus pais já enfrentavam problemas demais com a perda de uma filha. Esses ataques prejudicaram profundamente minha relação familiar e geraram em mim distintos traços não cristãos. Essa ferida só aumentou ao longo dos 17 anos que não me abri para ser tratado.
Mas Deus não desiste de nós. Minha cura veio através da insistência desse Pai celestial que me dizia: “Filho, eu preciso tratar isso em sua alma. Se abra para Eu te curar. Você jamais será completamente feliz enquanto carregar esse sofrimento”. Minha libertação veio em uma viagem para Curitiba com os amigos da Central. Confesso que fui mais com o intuito de passear do que com o intuito de focar no seminário que faríamos na JOCUM de Almirante Tamandaré, chamado Cura da Alma. Mas Deus tem os seus mistérios; foi naquele lugar que minha vida sofreu uma enorme transformação. Deus me libertou e curou. Senti uma sensação de alívio como nunca havia experimentado antes. Fisicamente, era como se uma mochila pesadíssima tivesse sido arrancada das minhas costas.
Essa é a minha história de “cura para uma alma ferida”. Poderia falar muito mais a respeito, mas o espaço não permite. Porém, deixo três ensinamentos: 1) feridas na alma precisam ser tratadas; esconder e fugir dos problemas não significa solucioná-los; 2) Cristo é a cura, pois “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si”; 3) viva a plenitude do Pai, não permita ter ambientes espiritualmente fechados em sua vida, deixa Deus invadir e tratar todo o seu ser.
Pr. Bruno Ferigato