7 de Setembro
Leitura bíblica: João 15.1-15
Uma pergunta que sempre se encontra em voga na vida e missão da Igreja é: “o que Deus está fazendo?”, “o que Ele está realizando neste momento?”. Creio que Deus está reunindo o Seu povo, centrado na pessoa de Jesus Cristo, para ser o Seu próprio exército. Uma tranquila, frequente profusão de folhas na grande videira do Reino de Deus. Isso ocorreu nos Atos dos Apóstolos, o qual eu prefiro denominar de “Atos do Espírito Santo na vida e missão dos/as enviados/as”. A tarefa da Igreja, como fora a dos apóstolos em seu tempo, é pregar, testemunhar, proclamar a Palavra de Deus, fazendo tudo debaixo do poder e da inspiração do Espírito Santo. Quando somos chamados à frutificação, precisamos da iluminação do Sol da Justiça para que haja fotossíntese na lavoura do Reino de Deus (1ª Coríntios 3.9).
Nestes dias, estamos sempre a falar sobre o crescimento da Igreja, e, quando pensamos em nossa falta de crescimento exponencial, logo nos remetemos a estagnação, declínio nos números, no oscilante estado das finanças e na luta para manter projetos e propriedades. Infelizmente, temos um grande número de pessoas que se dedicam somente à manutenção da treliça, da parreira, e se esquecem de que, sem a videira, a treliça não possui nenhum sentido.
1. Antigas catedrais abrigam hotéis, livrarias e até discotecas na Europa.
Igrejas de 200 anos e até mais antigas estão fechando as portas na Europa. Os edifícios, cheios de tradição, estão sendo ocupados por livrarias, estúdios de música e até boates. Por fora, as igrejas são maravilhas arquitetônicas. Por dentro, majestosas obras de arte. São templos, treliças, sem a videira, e se transformaram em prédios que se tornam alvos da cobiça imobiliária. Nos últimos dez anos, 200 templos, em média, por mês, fecharam as portas em toda Europa. As fachadas são conservadas, mas, no coração dos velhos templos batem os martelos da modernidade. Os mesmos são convertidos em condomínios de apartamentos, discotecas e hotéis.
Na Tcheca, o antigo templo do século XIII virou um spa no começo do terceiro milênio. A gerente diz que os quartos estão sempre lotados. Para ela, é um “santo negócio”. A prefeitura de Maastricht, no sul da Holanda, também acha que foi abençoada quando herdou a velha catedral em uma das áreas mais nobres da cidade. Hoje, é uma livraria frequentada por 800 mil pessoas por ano. O prédio da livraria perdeu sua vocação eclesiástica em 1796. Ficou um tempão abandonado, virou um estábulo municipal, um depósito de bicicletas e, por fim, um salão de festas. Depois de outro período de abandono, a velha igreja de Maastricht foi comprada por um empresário holandês, que decidiu transformá-la em um templo de conhecimento e cultura.
Na Grã-Bretanha, onde o número de igrejas caiu de 55 mil para 40 mil na última década, o reaproveitamento é variado. Em uma esquina em Londres, um velho templo anglicano virou um moderníssimo estúdio musical. Hoje é um santuário do som, considerado pelos “sacerdotes da música” um dos melhores do mundo em termos de acústica.
Mas, o que os sacerdotes acham disso? “É o triste sinal dos tempos”, diz o pastor Jeremy, responsável por uma pequena paróquia no norte de Londres. “As pessoas até ainda acreditam em Deus, mas acham que não precisam mais ir à igreja. Esquecem o verdadeiro sentido da vida em comunidade.”
Polêmico, o assunto ganha espaço na imprensa britânica que, de um modo geral, bota a maior fé nesse tipo de solução. Alguns editoriais defendem que pecado, mesmo, seria botar esses belos prédios no chão.
2. Como poderemos evitar tal calamidade espiritual
“Os cristãos devem ser fazedores de discípulos e os/as pastores/as devem ser treinadores/as […]” (Mark Dever). “A igreja precisa da Treliça (estruturas funcionais) para o crescimento da Videira (vida espiritual). Os autores reconhecem a importância das estruturas e ao mesmo tempo afirmam que a prioridade da igreja é cuidar das pessoas e promover seu crescimento espiritual” (Judiclay Santos).
Em suma, o protestantismo é um tanto quanto controlador. Colocamos valor em tudo que está arrumado, sistematizado, organizado e claramente gostamos das coisas subordinadas ao nosso domínio. O “deus”, dono, controle, não é o Deus Todo-Poderoso de Israel, mas sim Baal. O Espírito Santo nem sempre trabalha da forma que queremos ou programamos, Ele não cabe em nossas caixinhas pré-prontas. No entanto, precisamos deixar que o Espírito flua em nossas vidas, direcionando-nos para a missão e para a evangelização.
Em Cristo,
Pr. Wesley Nascimento