11 de Fevereiro
Leitura bíblica: 1ª Pedro 5.2
Quando falo de Igreja, não sou remetido hora alguma a um CNPJ, a um Estatuto ou Regimento. Quando falo sobre Igreja, logo penso em “Ekklesia”. É importante que a Igreja hoje entenda a definição de “Ekklesia”. A Igreja precisa ver-se como sendo “chamada” por Deus. Se a Igreja deseja fazer a diferença no mundo, deve ser diferente do mundo.
O sal é diferente da comida que dá sabor. Deus chamou a Igreja para se separar do pecado (1 Pedro 1.16), para abraçar a comunhão com outros crentes (Atos 2.42) e para ser uma luz para o mundo (Mateus 5.14). Deus, graciosamente, nos chamou para si: “pelo que, saí vós do meio deles e separai-vos, diz o Senhor; e não toqueis coisa imunda, e eu vos receberei” (2ª Coríntios 6.17). A “Ekklesia” refere-se àqueles/as que foram tirados, arrancados do mundo, para fazer a diferença no mundo.
Igreja não é um local de status ou de práxis religiosa, mas sim uma inspiração, paixão, local de se estar (templo, congregação), de se envolver e de ser. Pensamos em uma Igreja Missional, que procura oportunidades de fazer missão. Assim sendo, é também multigeracional, atenta a todas as gerações e habilitada, instrumentalizada para conversar, dialogar e falar das boas novas às mesmas.
A Igreja que queremos é relevante, irresistível, e a Igreja irresistível não é um CNPJ, um prédio, um edifício: somos nós! A Igreja irresistível tem introito em nós. Se eu caminho muito perto de Cristo, todos notarão. Sempre que servimos, devemos fazê-lo com disposição e não com má vontade (1ª Pe 5.2).
Creio que podemos transformar o mundo se o nosso coração se engajar plenamente. A maior parte das vezes não vivemos assim. Achamos que o dia a dia da Igreja fará tudo de forma automática. A Igreja é cada um de nós. O significado da vida se dá quando vivemos a fé de forma sustentável. É uma opção, uma atitude que tomamos todas as manhãs e, assim sendo, serviremos ao Corpo vivo de Cristo de todo o nosso coração.
Em nossa Igreja, nos alimentamos por intermédio do Café com Cristo e de nossas devocionais contidas diariamente em nossa Agenda 2024 – Leitura Diária da Palavra de Deus, Oração, Comunhão Intencional e Atos de Serviço. Quando agimos com o coração puro, tornamo-nos irresistíveis como Igreja, Corpo vivo de Cristo.
Faço questão de salientar, outra vez, que agir com o coração não acontece por acaso. Trata-se de algo produzido e depois mantido por monitoramento vigilante. A tendência humana sempre resvala para o egoísmo, troca do encargo pelo cargo, do serviço pelo status, da empolgação ao comodismo, de modo que, só por meio de vigilância consciente e busca do Espírito Santo, romperemos com o mesmismo, a mediocridade, a paralisia e religiosidade.
É muito fácil participarmos de uma reunião, ministério, igreja e não estarmos realmente naquela ambiência. Às vezes, estamos no ambiente, porém não na ambiência. Sandro Gonzalez, CEO mais admirado do Brasil, em seu livro “O Valor das Pessoas – gestão humanizada” conta uma história interessante: “eu me lembro de uma ocasião recente em que almoçava com um amigo e conversávamos sobre amenidades. Fazia algum tempo que a gente não se encontrava, então falamos da família, da cidade, da vida pessoal. Mas eu, por puro descuido, volta e meia tomava o celular e respondia a uma mensagem do WhatsApp; de vez em quando, eu escutava uma mensagem de áudio e respondia também. Éramos apenas nós dois à mesa. Depois de certo tempo, o meu amigo me disse educadamente: ‘olha, Sandro, eu estou vendo que você está ocupado, com muitas outras coisas para resolver. Nós não precisamos nem almoçar’. Ele pediu a conta e fez sinal que iria embora. Eu fiquei muito constrangido com aquilo, e ele disse: ‘não se preocupe, dê atenção ao que você precisa, ao que quer dar atenção’. Eu guardei aquelas palavras: ‘dê atenção àquilo que você precisa, ao que quer dar atenção’” (página 94).
Atenção é agenda, é escolha! Nós escolhemos a quê ou a quem daremos a nossa atenção.
Junte-se a nós! Somos Igreja juntos!
Em Cristo,
Pr. Wesley Nascimento