14 de Julho
Leitura bíblica: Joel 2.28.29
Ao refletir sobre o papel fundamental do Espírito Santo nos primórdios da História da Igreja, em cumprimento à profecia abordada no livro do profeta Joel (que provavelmente ocorreu em 835 a.C., na época em que Judá estava sob a regência do sacerdote Joiada durante a infância de Joás (2ª Crônicas 23), podemos ver que o profeta Joel usa uma linguagem metafórica (“derramamento” do Espírito Santo), que invoca a compreensão de uma substância líquida como, por exemplo, água que lava e purifica (Isaías 44.3; João 7.37-39; Tito 3.5). Sendo assim, nos remete ao papel do Espírito Santo na vivência cristã.
Outro ponto que nos ajuda a entender a abrangência do Espírito Santo são os seus símbolos: a água limpa, refresca etc. (Isaías 44.3,4; 1ª Coríntios 12.13b); o fogo amolece, aquece, ilumina, purifica, e etc. (Levíticos 6.13; 1ª Tessalonicenses 5.19). Além disso, outros símbolos são o azeite – alimentação, cosmético, unção, medicinal etc. (Lucas 10.34) usados na consagração de reis (1ª Samuel 10.1), dos sacerdotes (Levíticos 8.30) e dos profetas (1ª Reis 19.16). Já a pombaébranda, paciente, terna, e símbolo da paz (Mateus 3.16; Lucas 3.22). O selo(Efésios 1.13) representa a autenticidade (1º Coríntios 9.2), o fundamento (2ª Timóteo 2.19), a garantia (Gênesis 38.18) e etc. O vento fala da transmissão, da movimentação e do refrigério (Salmos 23.3; Lucas 4.18,19).
Diante dessa multiforme atuação do Espírito Santo na vida cristã, frisaremos a mudança de mentalidade acerca da vida e missão da Igreja.
Partimos de um momento histórico importante, que é: a experiência de Martinho Lutero no século XVI com sola fide (somente pela fé); isto é, o entendimento de que a salvação não é pelas obras, e sim pela graça de Deus (“Crê […] e serás salvo” – Atos 16.31). Para Lutero, a fé é o vínculo que une o pecador a Jesus. “Pecado, morte e danação passam a ser de Cristo; e graça, vida e salvação passam a ser do crente”. Portanto, fé não é meramente um “assentimento a um conjunto abstrato de doutrinas”. É um compromisso “mútuo de união entre Cristo e o crente” (MCGRATH, O Pensamento da Reforma, p. 147). Então, o Espírito Santo tem um papel fundamental para nos convencer do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8).
Essa atuação do Espírito Santo foi uma ressurreição da Igreja que havia se afastado do seu propósito original, que é a libertação e a transformação de vidas através da graça de Deus. Esse papel primordial nos transportou do império das trevas (lugar de escravidão e morte), para o Reino de Seu amor (lugar de vida em abundância) (Colossenses 1.13). A Metanoia de Deus quer transformar todas as dimensões existenciais e nos proporcionar uma mente renovada que possa transformar esse mundo (Romanos 12.2). “A chama em seu coração é a luz do seu caminho” (Max Lucado).