18 de Março
Leitura bíblica: Lucas 19.40
Mas as pedras poderiam clamar? Seguramente poderiam se Aquele que abre a boca do jumento mandasse que elas levantassem suas vozes. Certamente, se falassem, teriam muito a testemunhar em louvor Àquele que as criou pela palavra de Seu poder; elas poderiam exaltar a saberia e o poder de seu Criador, que as chamou à existência. Portanto, não vamos nós falar Daquele que nos fez de novo, e que das pedras ergueu os filhos de Abraão? As pedras da Antiguidade podiam falar do caos e da ordem, e do trabalho de Deus nos estágios sucessivos do drama da criação; e não podemos nós falar dos decretos de Deus, da Sua grande obra nos tempos da antiguidade, de tudo o que Ele fez outrora por Sua Igreja?
Se as pedras fossem falar, elas contariam de seu pedreiro, como ele as tirou da pedreira e as cortou para encaixar no templo, e não iremos nós falar de nosso glorioso Pedreiro, que quebrou nossos corações com o martelo de Sua palavra, para que pudesse nos edificar com Seu templo? Se as pedras pudessem clamar, elas glorificariam seu construtor, que as poliu e as moldou no formato necessário para construir um palácio; e não falaremos nós do nosso Arquiteto e Construtor, que nos colocou em nosso lugar no templo do Deus vivo? Se as pedras clamassem, elas teriam uma longa, longa história para contar por meio de monumentos, pois muitas vezes uma grande pedra foi rolada como memorial perante o Senhor. Nós também podemos testemunhar do Ebenézer (pedra de ajuda) pilar de lembrança. As tábuas quebradas da lei clamam contra nós, mas o próprio Cristo, que tirou a pedra da porta do sepulcro, fala por nós. Pedras podem clamar, mas não as deixaremos fazê-lo: vamos abafar seu barulho com o nosso; entoaremos a canção sagrada e bendiremos a majestade do Altíssimo todos os nossos dias, glorificando Aquele que é chamado por Jacó de Pastor e Pedra de Israel.
Charles Haddon Spurgeon
[Adaptado de: Dia a dia com Spurgeon – manhã e noite: devocionais diárias. Trad. Elisa Tisserant de Castro, Sandra Pina. Curitiba (PR): Publicações Pão Diário. 2ª Ed., 2017, p. 177].