21 de Fevereiro
Após a crucificação de Jesus (pois o texto diz: “Já se passaram três dias…”), os discípulos saíram de Jerusalém em direção a uma aldeia chamada Emaús. Enquanto caminhavam, vinham conversando. Conversas de pessoas decepcionadas e sem esperança. Quando não se tem esperança, não é possível perceber a presença de Jesus, porque Ele é a própria esperança.
Creio que Jesus, ao ouvir o assunto dos discípulos, ficou triste em saber que, apesar de terem andado com Ele e ouvido todas as Suas Palavras, esqueceram-se de guardar em seus corações. Então, Jesus pergunta: “o que vocês vêm discutindo?”. A resposta foi: “será que você é o único que esteve em Jerusalém e não sabe o que aconteceu lá, nestes últimos dias?”. Imagino Jesus no Seu íntimo dizendo: “não só sei como passei tudo por amor a vocês, eu, como prometi, venci a morte, e caminho com vocês e não me reconhecem”.
Os discípulos estavam fazendo algo que não era orientação de Jesus. Estavam saindo do caminho. Não era para saírem de Jerusalém, já que Jerusalém = LUGAR DE PAZ, enquanto Emaús = “FONTE DE ÁGUAS QUENTES”. O que os dois discípulos estavam fazendo era uma troca radical, isto é, trocando Jesus, a fonte de águas vivas, por fonte de águas quentes, que poderiam secar ou deixar de existir. Uma troca do eterno pelo efêmero (passageiro). Os discípulos estavam saindo de um “lugar de paz”, porque não acreditaram na promessa proferida pelo próprio Jesus, quando Ele disse que, ao terceiro dia, ressuscitaria.
Os discípulos estavam tão perto do caminho certo (Jesus), mas não estavam no caminho certo (Jesus). Eles abandonaram o caminho do cumprimento da promessa e decidiram trilhar por caminhos da incredulidade. Aqui, estamos falando de discípulos que andaram com Jesus pelo menos três anos de seu ministério. Aprendemos uma lição: não basta andar com Jesus precisamos crer Nele e na Sua Palavra.
Quanto tempo você anda com Jesus? Você crê Nele e na Sua Palavra? Consegue perceber que Ele caminha contigo? Consegue discernir Sua voz das demais vozes que chegaram aos seus ouvidos? Quando os discípulos responderam a Jesus, disseram: “pensávamos que fosse Ele a redimir a Israel”. A incredulidade os impediu de ver que era Jesus que caminhava com eles.
Eles julgavam serem os sacerdotes e autoridades da época que havia crucificado Jesus. Não compreenderam que Jesus se entregou para morrer pelos pecados deles e toda humanidade. Não reconheciam que foi por eles, pelos pecados deles, suas falhas. Muitas vezes também não reconhecemos nossos erros. Esquecemos que quem crucificou a Jesus fomos nós. Sim! Foram os nossos pecados!
Os discípulos haviam depositado as suas esperanças em algo que Jesus não veio fazer. Jesus não foi enviado para libertar a nação judaica da sujeição romana. Ele veio para realizar uma obra maior que alcançou a mim e a você. Ele veio para salvar a humanidade e nos dar garantia de vida eterna.
Os discípulos ficaram decepcionados porque não aconteceu do jeito que eles esperavam. Não acreditaram na promessa. Quando não acreditamos no sobrenatural de Deus, a incredulidade ocupa o espaço do nosso coração e ficamos decepcionados. Faltava discernimento para os discípulos, pois não conseguiam compreender que a cruz era o caminho para glória de Jesus. Não conseguiram discernir a mensagem da cruz, que mudou a história de toda humanidade. Nos dias atuais, ainda há muitos que não conseguem discernir o mover de Jesus. Estão perto, mas apáticos ao que o Senhor está realizando em nosso meio.
Até que chega um momento em que Jesus faz menção de passar adiante, mas os discípulos fazem um convite, dizendo: “fica, Senhor, já se faz tarde, e o dia já está chegando ao fim”. O Senhor entrou e ficou com eles. Quando estavam à mesa, Jesus pegou o pão e o abençoou, partiu e deu a eles. Há um poder muito grande na mesa. Na mesa, olhamos nos olhos uns dos outros; na mesa há comunhão; na mesa, o amor é manifesto, na mesa somos reconhecidos/as, e reconhecemos Aquele que nos serve.
Então, os olhos deles foram abertos e reconheceram ser Jesus o Ressuscitado. O Senhor permanece conosco até que venhamos reconhecer como Ele é. A presença de Jesus na mesa sempre traz lembranças que geram esperança, ânimo e nos leva a testemunhar os feitos do Senhor.
Os discípulos voltam para Jerusalém (“Lugar de Paz”). Agora, voltam não mais conversando decepcionados, mas cheios de esperança. Quando saímos do lugar que Deus determinou para permanecermos, sempre vamos nos decepcionar. A esperança fugirá de nós. Mas, quando nos voltamos para o Senhor, Ele nos dá força e coragem para levar as boas notícias aos outros.
Podemos concluir que Jesus continua nos abençoando e gerando sempre em nossos corações expectativas, esperança, e também continua nos firmando nas Suas promessas. Amém!
Pra. Rosemary Barbosa