LIÇÕES

Devocional 29-06

29 de Junho

Leitura bíblica: Salmos 42

O autor sagrado, que vivia no extremo norte da Palestina, próximo ao monte Hermon e às cabeceiras do rio Jordão (v. 6-7), tinha sido impedido, por uma enfermidade (v. 10), de fazer sua costumeira peregrinação à Jerusalém. O poeta descreve sua ansiedade por estar separado da congregação de louvor. Sente-se distante da presença de Deus entre o Seu povo e deseja intensamente voltar a ter intimidade com Deus (v. 4). Para o crente da época do Antigo Testamento, só havia um lugar onde adorar verdadeiramente ao Senhor — o templo de Jerusalém. O salmista estava cheio de saudades da adoração a Deus, que experimentava ao comparecer ao templo de Jerusalém em meio a uma multidão de crentes, tomados de entusiasmo, alegria e louvor (Sl 100). 

A figura da corça nos apresenta um animal selvagem correndo para salvar a própria vida, tentando evitar caçadores e que em sua extrema sede, encontra alguma água muito necessária para beber. Buscamos a Deus como esse animal busca sua água necessária? O salmista foi capaz de dizer que sua alma buscava a Deus como esse animal, ou seja, com todo o ser, como se sua existência dependesse dessa busca. Quando a corça fica exausta e dolorida de tanto correr dos caçadores e predadores, seu último refúgio é uma poça de água. Esse animal descerá até a colina e nadará no meio da água. Poderá mergulhar para evitar o olhar brutal dos caçadores. E sorverá do precioso líquido de forças e sua vida é assim restaurada. Onde você tem se refugiado? 

O ser humano pode viver bastante tempo sem alimentos, mas sem água ele morre. Da mesma maneira nossa vida espiritual precisa de Deus. Precisa de proximidade com ele.

v. 3- “Onde está o teu Deus?” Pergunta cheia de sarcasmo, que se encontra com frequência nos lábios dos pagãos, quando os fiéis do Senhor padecem algum sofrimento ou passam por alguma situação difícil.

v. 4- O salmista buscava a Deus no templo. Ele participava ardentemente do templo. 

v. 5 – “Por que estás abatida, ó minha alma?” A memória de toda aquela passada participação no culto trazia esperança ao salmista. Em breve ele se levantaria de seu leito de enfermidade e passaria a cultuar entre o povo.

O salmista se lembra de que um dia ele irá vivenciar novamente a presença de Deus. Sua esperança no Senhor não será em vão. O louvarei. Como é comum nos Salmos, o poeta não se refere a um ato de devoção particular, mas, sim, pública, à bondade de Deus. Trata-se, na verdade, de uma adoração em forma de palavras e canções, que seriam ditas e repetidas em meio à congregação.

42.7-11 — Por que te esqueceste de mim? O salmista faz perguntas perturbadoras, mas com fé, pois ainda se lembra de que Deus é sua Rocha, seu protetor e alicerce. Em meio às circunstâncias mais difíceis, nada cabe fazer senão esperar nele.

Nossa vida é feita de projetos. Quando eles se realizam, dizemo-nos felizes. Quando não se realizam, ficamos tristes. Nossas dificuldades e frustrações podem não ser as mesmas do salmista, mas somos tomados por idênticos sentimentos, especialmente em nossa época. 

Apesar das diferenças culturais, aprendemos com a experiência do salmista. Também experimentamos solidão e decepção. Também sofremos de doenças, algumas companheiras permanentes, sejam físicas ou psíquicas. Também enfrentamos situações nas quais esperamos que Deus intervenha, e nada parece acontecer. Enfrentamos problemas financeiros, desemprego, divórcio, traições, problemas de relacionamentos pessoais conturbados e tantos outros.

Persista na esperança. Gosto de como o salmista enfrenta a sua tristeza: em meio à descrição mais dramática de sua dor, o poeta grita: “ainda o louvarei”. Para o salmista, tristeza não é o contrário de alegria, mas é sinônimo de falta de louvor. Há louvor quando há esperança. O poeta propõe a esperança (v. 11), isto é, a certeza de que Deus vai agir e cessará a tristeza, a partir de suas causas e não apenas dos sintomas. A esperança, então, produz o louvor, que é o contrário de tristeza. Como a corça, saiba que alegria chegará.

Portanto, irmão/ã, prossiga participando dos cultos na igreja, onde Deus é festejado e adorado. Deixar de vir à igreja pode conter a seguinte mensagem: meus irmãos são os culpados de minha dor ou, pior, Deus é o culpado de minha tristeza. Para o salmista a presença no templo era sinônimo da presença de Deus. Jesus já nos ensinou que Deus não mora em templo algum (Hebreus 10.25), mas a comunhão com a Igreja, corpo de Cristo, é essencial para nosso crescimento espiritual. Não deixe de congregar, se una a essa grande família da fé.

No amor de Cristo, 

Pra. Joseane Goese